FAO em São Tomé e Príncipe

Histórias e sonhos realizados que hoje constituem motivos de orgulho por parte dos intervenientes

Sucesso da HUP na localidade de Santa Clara em São Tomé (Créditos: Denilson Costa)

23/08/2017

23 de Agosto 2017, São Tomé – Dois anos atrás, o Projecto de Horticultura Urbana e Periurbana (HUP) chegou à comunidade de Santa Clara no distrito de Lobata, com vista a colmatar os problemas enfrentados nas áreas urbanas. Nesta altura, muitas dúvidas pairavam sobre a sua aceitação por parte dos muitos agricultores que, à priori, não acreditavam que o mesmo pudesse viesse a ter os impactos que hoje se têm observado em todas as comunidades, quer no distrito acima citado em São Tomé, quer na região Autónoma do Príncipe. HUP.  

A história de sucesso que hoje o Gabinete de Informação e Comunicação da FAO São Tomé e Príncipe narra vem da comunidade de Santa Clara. Quimilson Lopes, um dos agricultores da comunidade, comenta que “Já era agricultor muito antes de o projecto chegar à comunidade de Santa Clara. Confesso que no princípio não aceitei a ideia de que o projecto podia realmente fazer a diferença na minha vida. Me lembro quando o Eng.º Sumner Metzger e o presidente da associação dos pequenos agricultores me convidaram a fazer parte do mesmo e não aceitei até o dia em que vi a primeira colheita de tomate mongal feito por um dos beneficiários do projecto, facto que me levou a enfileirar-me na associação e hoje, graças a Deus, consegui construir a minha própria habitação e saí da casa arrendada em que eu habitava”.

Embora a comunidade sempre tivesse privilegiado a prática agrícola, os resultados alcançados antes do projecto não se revelavam entusiasmantes por diversos factores. A saber - empobrecimento do solo, factores naturais e falta de técnicas que lhes possibilitasse resposta a esses males - argumenta Manuela Monteiro, agricultora já à 10 anos. Embora a rotatividade das culturas, em Santa Clara o tomate representa o produto de aposta principal. Antes do projecto, a comunidade sempre privilegiou a espécie “Tomate Caraíbo” que se revela vulnerável às pragas. A substituição da espécie “Caraíbo” pelo “Mongal” sugerida pelo projeto, trouxe colheitas mais resistentes e favoráveis à comercialização.

Outro caso de sucesso observado por nós nesta comunidade, vem de Duvaiel Camplé, Presidente dos pequenos agricultores de Santa Clara. Segundo este, “apostar no projecto HUP desde a primeira hora foi uma das melhores aposta que fiz nos últimos anos. Embora o nosso mercado não tenha vindo a dar reposta à quantidade de produtos produzidos, hoje ganha-se mais e consegue-se fazer alguma coisa com o dinheiro. Hoje eu consegui ampliar a minha habitação, comprei uma motorizada 0km e tenho algum dinheiro no banco guardado”. Na recta final da sua entrevista, o mesmo exortou para a necessidade da continuidade deste projecto.

No âmbito geral, através dos depoimentos dos beneficiários do HUP em Santa Clara, verificamos que, apesar das dificuldades relacionadas, a falta de água para irrigação, o projecto conseguiu dar resposta a muitos dos objectivos para que fora criado. A vida dos habitantes da comunidade melhorou significativamente, facto que leva Sumner Metzger, coordenador do referido projecto, a acreditar que embora essas mais-valias verificadas, nem tudo foi feito mas, o sentimento é do dever e missão cumprida nesta e noutras comunidades que souberam aproveitar da melhor forma possível as oportunidades postas

à disposição por parte do HUP, que conhecerá o seu término em Outubro do ano em curso.