FAO em São Tomé e Príncipe

Encostas íngremes beneficiam do apoio da FAO e revelam aumentos na produção

Photo legend: É possível a produção em larga escala nas encostas ingremes em São Tomé e Príncipe (Crédito: Denilson Costa)

17/09/2017

17 setembro 2017 São Tomé – No âmbito do “Projeto de apoio à conservação e melhoramento da qualidade de solo no Distrito de Mé-Zóchi” (TCP/STP/3502), financiado pela FAO, Hélder Muteia, Representante da FAO para a África Central, procedeu nesta tarde à entrega de 636 kg de milho seco e debulhado a uma das proprietárias na localidade de Penha. Recorde-se que foi colhido um total 2.132 kg de milho em peso bruto em apenas 13 socalcos, com uma superfície total de 2394,7 m2. A economia de São Tomé e Príncipe ainda é marcada por uma forte dependência da produtividade agrícola, daí a aposta da FAO nos projectos que vão de encontro as necessidades do país e superação das barreiras encontradas pelos agricultores no seu dia-dia.

A instalação de culturas agrícolas em zonas declivosas trata-se de um projeto que visa o aumento diversificado da produção agrícola de forma sustentável, ajudando assim os agricultores no melhor aproveitamento possível das terras. Bom sucesso e Saudade são as comunidades do distrito de Mé-Zóchi onde a prática da agricultura se tem revelado promissora no fornecimento de alimentos à população, mas devido às suas características acidentadas, o fornecimento não tem sido na quantidade desejada. Dotar os agricultores de técnicas anti-erosivas para conservação e melhoramento da qualidade do solo constituiem pontos chaves para aumentar a produção nessas comunidades de costas íngremes.

Nesta vertente surge o TCP/STP/3502, projecto-piloto que tem feito maravilhas nestas duas comunidades. Tereza Borges, uma das proprietárias da produção não escondeu a sua felicidade com os efeitos do projeto: “Meu marido antes de falecer, já dizia que este ano a produção será maior, como nunca se tinha em Bom sucesso, pois o projecto veio revolucionar a prática de agricultura em Bom Sucesso. Antes produzíamos em canteiros sem qualquer segurança e quando chovia a água arrastava quase tudo, mas hoje com a introdução dos socalcos e outras técnicas de produção que recebemos nas diversas formações promovidas no âmbito do projecto, estamos mais preparados para fazer face aos desastres naturais. Quero agradecer à FAO por este projecto e, de igual modo, agradecer ao Sr. Assunção Trovoada e toda sua equipa pelo acompanhamento constante e apoio que nos tem dado”. Hélder Muteia, Representante da FAO para a África Central, no acto de entrega referido, felicitou Tereza pelo esforço demonstrado em dar continuidade aos trabalhos do marido, bem como pela produção adquirida.

Seguindo o exemplo do Ruanda, São Tomé e Príncipe através, do financiamento da FAO, tem vindo a aproveitar melhor as terras, quer em zonas planas ou íngremes por forma a fornecer aos agricultores melhores condições de vida. Segundo estudos da FAO, os agricultores são a população mais vulnerável à pobreza e insegurança alimentar, uma situação que parece paradoxo mas que se verifica na realidade, não sendo São Tomé e Príncipe excepção. Daí que importa muni-los de meios que lhes permitam a mudança do paradigma.

A prática da agricultura em São Tomé e Príncipe tem vindo a melhorar. Como prova, e com a intervenção da FAO no sector da agricultura e pesca, o Produto Interno Bruto (PIB) tem vindo a crescer. São Tomé e Príncipe é um país de relevos, onde o espaço geográfico com declives se revela maior do que as zonas planas, daí a importância do Projeto de apoio à conservação e melhoramento da qualidade de solo, que tem vindo através do uso dos socalcos a garantir a prática da agricultura nas encostas íngremes do país. Com condições climatéricas favoráveis, a FAO em São Tomé tem dado provas de que não é apenas uma organização mas um parceiro que tem vindo a apoiar o país rumo ao desenvolvimento no âmbito das suas atribuições.