FAO em São Tomé e Príncipe

Atelier de encerramento do projecto de combate à praga devastadora do milho

Atelier de encerramento do Projecto TCP/STP/3602 (E) (Créditos: Denilson Costa)

25/10/2017

25 de Outubro de 2017 São Tomé – Esta manhã, o Centro Profissional Brasil/STP foi palco do Atelier de Enceramento do “Projeto de assistência urgente para o controlo da Spodoptera sp, inseto devastador do milho e restauração das capacidades produtivas dos agregados familiares” TCP/STP/3602 (E). Com o apoio da FAO, São Tomé e Príncipe foi um dos primeiros países a beneficiar do financiamento no combate a esta praga que hoje se encontra controlada graças ao empenho dos técnicos do Ministério da Agricultura e do Centro de Investigação Agronómico e Tecnológico de São Tomé e Príncipe.

Preocupado com a principal cultura de cereais de São Tomé e Príncipe que garante o alimento básico para a maioria da população, e representa importância vital na economia do país, o Governo de São Tomé e Príncipe solicitou, em Abril de 2016, assistência da FAO para circunscrever a infestação de lagartas Spodoptera sp, com vista a isolar a infestação da referida lagarta e propor soluções duradouras para o problema. A Spodoptera sp do país é um insecto que, pela sua multiplicação, se tornou numa praga desfolhadora voraz capaz de causar grandes perdas no milho. Todos os estádios florais de cultura foram expostos ao ataque, o qual é caracterizado por orifícios das folhas e danos no botão terminal e o espigão. A FAO prontamente atendeu ao pedido do governo e hoje a situação encontra-se controlada e os agricultores mais felizes com os ganhos adquiridos graças ao combate da praga acima referida.

Durante o tempo em que a praga em causa se encontrava no seu auge, vários agricultores desistiram das suas plantações de milho no país, facto que preocupou de sobremaneira a FAO e Governo e provocou o aumento no preço do milho praticado no mercado nacional. De recordar que esta infestação também teve a sua prevalência em vários países da África Central (Camarões, República Democrática do Congo, República Democrática do Congo, República Centro-Africana), facto que levou os técnicos dos diversos países africanos a reunirem-se em Nairobi com vista a solucionar o caso. Sendo São Tomé e Príncipe o primeiro país a ser beneficiado com o projeto da luta contra a Spodoptera sp, partilhou com os outros a experiência no combate a esta praga.

Neste atelier de enceramento, reuniram-se as diversas partes interessadas para fazer um balanço das ações realizadas e reflectir sobre as medidas a serem tomadas para garantir a sustentabilidade dos resultados obtidos através deste projeto. Por esta ocasião, Koumba Mouendou Descartes, Representante da FAO, afirmou que as ações realizadas em São Tomé e Príncipe no âmbito da gestão da praga Spodoptera frugiperda fazem parte de uma estratégia global da FAO que visa apoiar os países e coordenar as iniciativas para fornecer uma resposta adaptada contra essa praga que constitui uma ameaça real à segurança alimentar doméstica e aos meios de subsistência. Adicionou ainda que a FAO acredita que os primeiros resultados encorajadores obtidos após as duas primeiras campanhas de controlo em São Tomé e Príncipe não devem ser motivo de relaxamento, mas sim uma motivação para todos os atores e parceiros a se envolverem nesta luta que está em andamento contra a praga invasiva e transfronteiriça.

“Gostaria em nome do Governo de São Tomé e Príncipe e em especial em nome do Ministério do qual chefio, para agradecer de coração à FAO pela pronta disponibilidade em atender o pedido do Governo no controlo e combate à praga que assolou o nosso país. Quero agradecer mais uma vez a FAO pela compreensão e o respeito que teve face a esta praga na Região Autónoma do Príncipe que por se tratar de reserva mundial da Biosfera não permitia uso dos produtos agrotóxicos, obrigando a FAO, importar alguns produtos biológicos como óleo de neem e dipel, no combate a esta praga. Neste atelier de enceramento deste projecto, gostaria de pedir aos agricultores que apropriassem dos conhecimentos adquiridos de forma a manter o país livre desses constrangimentos.” Palavras de Teodorico de Campos, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Conclui-se que este projeto conseguiu cumprir os objectivos para que fora criado e tem tido repercussões bastantes positivas nas comunidades e na sua segurança alimentar. Foram vários os produtores que no princípio pensaram em desistir, mas graças ao apoio da FAO que permitiu o controlo da praga, fez com que os mesmos permanecessem nas suas plantações e hoje já se encontram munidos de conhecimentos e técnicas que permitem o combate à Spodoptera sp. Se no início do projeto, não existiam agricultores formados para a utilização de pesticidas e inseticidas, hoje estes afirmam estarem capacitados para isso.