FAO em São Tomé e Príncipe

Depois de dois anos no terreno, HUP recebe nota positiva de avaliadores internacionais

Equipa do HUP São Tomé e Príncipe na apresentação dos resultados em Lobata (Photo: © Denilson Costa)

17/11/2017

17 de Novembro de 2017 São Tomé – A sala da Mediateca da Câmara Distrital de Lobata foi o palco escolhido para proceder à apresentação dos resultados obtidos no âmbito do projeto de Horticultura Urbana e Periurbana (HUP). Neste evento esteve presente a missão dos avaliadores internacionais composta por Jacques de Graaf e Mohamadou Fadiga, do Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana (FFSA), entidade financiadora deste projeto, e Koumba Descartes, Encarregado de Proteção e Produção de Plantas, em representação do escritório sub-regional da FAO.

No evento, Sumner Metzger, coordenador nacional do referido projeto, apresentou os resultados alcançados e os casos de sucesso alcançados nas comunidades, que outrora, eram a casa de agricultores sem fé na agricultura e no próprio sucesso do projeto. Durantes esses dois anos, o HUP conseguiu abastecer o mercado nacional e muniu os agricultores das condições necessárias para lhes garantir melhorias das condições de vida, oferecendo a toda população maior e melhor qualidade de alimento. Através do HUP, presenciamos histórias de agricultores que conseguiram construir as suas próprias habitações, adquirir meios rolantes novos e mesmo garantir o acesso à educação dos seus filhos. Tudo isto fruto das diversas formações promovidas no âmbito do projeto que permitiram munir os agricultores de técnicas que lhes possibilitarão continuar a produzir mais e melhor aquando do final do projeto.

Através do HUP, o distrito de Lobata conta hoje com um mercado que vai permitindo aos agricultores o escoamento dos produtos, evitando de igual modo gastos com a deslocação à capital Santomense. O projeto contribuiu ainda para a requalificação e fornecimento de equipamentos de uma infraestrutura em Agostinho Neto que hoje funciona como centro de transformação de produtos locais, garantindo deste modo emprego a 22 pessoas. Em Lobata, o HUP criou e apetrechou a célula do projeto no Distrito para permitir o acompanhamento aos agricultores, forneceu meios rolantes a todas comunidades onde o projeto está inserido e partilhou materiais agrícolas com todos os agricultores da iniciativa. A Região Autónoma do Príncipe também não ficou de fora do projeto. Segundo Alfredo Delgado, ponto focal do HUP na região, através dos meios disponibilizados pelo projeto reduziu-se significativamente a compra e revenda dos produtos hortícolas em São Tomé destinados a serem comercializados na Ilha do Príncipe.

Depois dos depoimentos e demostração de fotos e vídeos produzidos, Jacques de Graaf afirmou que o sucesso do HUP em São Tomé e Príncipe justifica o valor investido: “deslocamo-nos ao terreno, falamos diretamente com os beneficiários, vimos coisas muito boas que foram feitas e podemos também constatar que ainda existe algumas questões que precisam ser trabalhadas  mas o balanço é positivo e quero parabenizar todos os intervenientes”. Por seu turno, Mohamadou Fadiga, na sua oratória, mostrou-se satisfeito com os ganhos que viu, mas exortou o estado Santomense da necessidade de pensar numa estratégia que ajude na estabilização dos preços no mercado e evite produzir de forma escalonada, de forma a alcançar a  estabilidade de preços. O mesmo falou também da necessidade de diversificar e pensar na exportação, pois se isso não acontecer, os agricultores serão levados a desistir da agricultura.

O crescimento natural da população e o êxodo rural são a origem da explosão da população nas cidades. Por conseguinte, os meios de subsistência das populações (alimentos, serviços sociais básicos e emprego) se tornam precários. A horticultura urbana e periurbana através do seu impacto potencial sobre o desemprego e luta contra a pobreza por meio de atividades que geram renda, saúde e acesso ao consumidor de uma vasta gama de produtos hortícolas ricos em vitaminas, minerais e outros sais bioativos que reduzem o risco de doenças relacionadas à desnutrição, oferece oportunidades para melhorar o bem-estar das populações urbanas. Após dois anos de esforços para o impulsionamento desta prática, podemos hoje nos orgulhar em dizer que esses objetivos foram alcançados.