FAO em São Tomé e Príncipe

FAO financia a construção de raiz de um centro de transformação de pescado em Lembá

Obras do centro de transformação de pescado em Lembá (Foto: © Denilson Costa)

04/12/2017

02 de Dezembro de 2017 São Tomé – No âmbito de um projeto TELEFOOD financiado pela FAO no Distrito de Lembá, Argentino Pires dos Santos, Assistente ao Representante da FAO para São Tomé e Príncipe, procedeu na manhã de hoje a uma visita às obras de construção de um centro de raiz para transformação de pescado. A visita contou com a presença da Helen Carvalho, delegada para o referido distrito, e a Equipa da Informação e Comunicação da FAO. A delegação que se deslocou ao terreno pôde constatar que, de facto, estas obras estão em conformidade com o prazo previsto e a maquete apresentada para a sua execução.

Uma das vantagens da construção desta infraestrutura em Lembá está ligada à relação existente entre a comunidade e o mar. Perto da orla marítima, o distrito tem recorrido ao mar em busca do seu alimento. Daí a importância da existência destes projetos para o referido distrito, que dista a 20 km da cidade de São Tomé. Diariamente o distrito de Lembá, abastece o mercado nacional com uma grande quantidade e qualidade de peixe. Pretende-se com esta construção permitir às feirantes manter a qualidade dos pescados e, nos momentos de abundância, transformar esses produtos.

O estado de conservação dos pescados constitui um desafio a ter em conta, principalmente no domínio da saúde pública. Em conversa com as beneficiárias, Argentino Pires dos Santos, falou da importância deste centro e do prazer da FAO em poder financiar a construção do mesmo. Este centro permitirá às beneficiárias uma maior e melhor gestão do pescado, pois por se tratar de um alimento altamente perecível, a sua conservação é essencial para assim possibilitar uma maior disponibilidade de renda às feirantes que têm vindo a recorrer a técnicas como a salga e a defumação, no sentido de evitar uma maior perda dos alimentos. Através dos processos acima mencionados, o peixe é conservado e nas épocas de pouca captura estes são comercializados, e ao que tudo indica, há quem os prefira em detrimento dos peixes frescos.

“Em nome da cooperativa, quero mais uma vez agradecer à FAO por este gesto de nos brindar com a construção desse centro de raiz, que vai com certeza nos ajudar nos nossos trabalhos. Através dos nossos meios próprios conseguimos contruir um centro de transformação de madeira, mas infelizmente fomos forçadas a suspender as nossas actividades lá porque não possuía as condições necessárias para a prática desta atividade. Por isso, estamos muito felizes com este gesto da FAO e esperamos que no futuro possamos vir a ser beneficiárias de outros financiamentos da FAO, como forma de termos um centro, um lugar onde possamos tirar o mínimo para o sustento da família”. Estas foram as palavras da Etelvina Maria, representante das beneficiárias.

Prevendo que o montante disponibilizado pela FAO para a construção não é suficiente, cabe às beneficiárias dinamizar esforços no sentido de buscar outros parceiros que as apoiem para que a obra final venha a responder aos padrões internacionais de higiene. Para além dos grandes projetos que a organização tem financiado no país junto ao governo, também tem atuado diretamente com grupos organizados no financiamento dos pequenos projetos, como o caso dos TELEFFODs, apoiando o Estado Santomense no combate à pobreza nos meios rurais.