FAO em São Tomé e Príncipe

Projeto de Horticultura Urbana e Periurbana encerra, deixando desejos de continuação

Encerramento do Projeto HUP em São Tomé e Príncipe ©FAO/Denilson Costa

23/12/2017

São Tomé – A antiga empresa agrícola de Agostinho Neto, no distrito de Lobata, foi o local escolhido para o atelier de encerramento do Projeto de “Reforço da segurança alimentar no meio urbano na África Central graças a uma melhor disponibilidade de alimentos produzidos localmente”,também designado por projeto HUP (Projeto de Horticultura Urbana e Periurbana). Neste atelier, tomaram parte: Teodorico de Campos, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural; Argentino dos Santos, Assistente ao Representante da FAO em São Tomé e Príncipe; Policarpo Freitas, Presidente da autarquia de Lobata; Sumner Metzger, coordenador nacional do HUP; e, os demais beneficiários do Projeto.

Fazendo parte de uma iniciativa regional, o HUP foi de igual modo implementado em países como os Camarões, Chade, Congo, Guiné Equatorial e Gabão através do financiamento disponibilizado pelo Fundo Fiduciário Africano de Solidariedade e da execução da FAO. A Horticultura Urbana e Periurbana, através do seu impacto potencial sobre o emprego, luta contra a pobreza por meio de atividades que geram renda, saúde, acesso do consumidor a uma vasta gama de produtos hortícolas ricos em vitaminas, minerais e outros sais bioativos que reduzem o risco de doenças relacionadas à desnutrição, oferece oportunidades para melhorar o bem-estar das populações urbanas. Por isso, ajudou significativamente a estancar o fenómeno do êxodo rural que tem congestionado a capital de São Tomé.

Neste atelier de encerramento do projeto, tanto os discursos do Ministro como de Argentino dos Santos, foram marcados por fortes elogios aos esforços realizados em prol do projeto. Segundo Duvaiel Cample, Presidente dos agricultores de Santa Clara, “este foi o melhor projeto que o distrito de Lobata já conheceu”. O crescimento natural da população e o êxodo rural estão na origem da explosão da população nas cidades. Por conseguinte, os meios de subsistência das populações (alimentos, serviços sociais básicos e emprego) tornam-se precários. O HUP vem tentar colmatar essas lacunas e hoje, depois dos depoimentos dos beneficiários, certificamo-nos que, de facto, este conseguiu atingir os objetivos para que fora criado.

“Em nome de todos os Lobatenses e em meu nome pessoal, quero mais uma vez agradecer à FAO, por nos ter dado a oportunidade de ter o HUP em Lobata. Não posso terminar sem manifestar a minha satisfação, com relação às mais-valias que o projeto fez para o distrito. Hoje temos uma célula que nos permiti acompanhar os agricultores, um mercado requalificado, um centro de transformação dos produtos, agricultores mais capacitados e produção em abundância graças a este projeto, facto que me faz exortar a FAO para a necessidade de continuidade deste projeto, não só em Lobata mas se possível em todo o São Tomé e Príncipe”. Declarações do Policarpo Freitas, Presidente da Camara de Lobata.

História de sucesso do HUP em São Tomé e Príncipe

O Projeto de Horticultura Urbana e Periurbana (HUP) é recordado na comunidade de Santa Clara, distrito de Lobata, como aquele que melhorou significativamente a vida dos agricultores beneficiários naquela comunidade. Embora a principio a sua aceitação diminuta fizesse os agricultores beneficiários do projeto duvidar do impacto do projeto,  hoje, os mesmos agradecem pelos resultados obtidos e mostram-se mais abertos a novas técnicas de cultivo.

Duvail Cample - “O conceito que hoje tenho do HUP é totalmente diferente do que tive a princípio, pois se hoje tenho a minha própria casa, moto e uma conta bancaria é graças aos ganhos obtidos com o projeto. Quero também aproveitar para agradecer à FAO que fez chegar este projeto à comunidade”.

Quimilson Lopes, afirma “consegui construir a minha própria casa, adquiri uma moto 0km, abri uma conta bancária e apetrechei a minha habitação de acordo as minhas necessidades graças a este projeto que nos forneceu os meios necessários”.

As ações do HUP não foram apenas reconhecidas pelos beneficiários mas a toda população, uma vez que o mesmo veio permitir uma maior disponibilidade de alimentos produzidos localmente e a preço mais acessível para todos. Por outro lado, a criação de espaços verdes em torno de cidades é também outra vertente deste projeto que plantou cerca de 500 pés de pequenas plantas em Gongá, distrito de Lobata.