FAO em São Tomé e Príncipe

Celebração do Dia Internacional das Florestas em São Tomé

Plantio de árvores em Ponta Palmeiras ©FAO/Denilson Costa

21/03/2018

21 de Março de 2018, São Tomé - Pensando na necessidade de sensibilizar a população sobre a importância das florestas para a manutenção da vida na Terra, em 1971, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) sugeriu a criação do “Dia Mundial das Florestas”. A comemoração da data foi estabelecida para o dia 21 de Março, em virtude do início da Primavera no Hemisfério Norte, de onde partiu a ideia da criação da data. Assim, todos os anos, nesta data cada um dos países comemora a data com ações que exortem as populações para a importância das florestas nos contextos nacionais.

Para este ano o lema escolhido pela FAO para a comemoração da data foi “Dia Internacional das Florestas - tornando as cidades em espaços mais verdes, saudáveis e felizes para se habitar”. Foi neste sentido que as florestas e espaços verdes nas cidades receberam atenção central.

 Em São Tomé, a Direção das Florestas agendou várias atividades em diversos distritos do país, com destaque para a plantação de árvores em algumas propriedades privadas e centros urbanos, palestras nas escolas e debates televisivos sobre as causas e consequências da desflorestação com vista a sensibilizar a população para os efeitos nefastos do abate indiscriminado das árvores.  

Uma dessas actividades realizou-se em Ponta das Palmeiras onde é possível encontrar uma média empresa. Lá foram plantadas cerca de 70 árvores de variadas espécies comestíveis, sendo todas elas árvores de sombra e com importância na estabilidade dos solos, como amoreiras (nome científico – Clorophora excelsa) e gôgô (nome científico – Carapa procera). Com uma tradição de plantação que data de há mais de um século com o objectivo de garantir a produção de cacau, estas espécies estão hoje em vias de extinção devido à sua produção de alta qualidade de madeira, comummente apreciada para a construção civil e de mobiliários. De facto, no país, a maior parte destas árvores foi já foi derrubada ilegalmente. Anahory Dias, Diretor das Florestas, realça a urgência de reverter este ciclo alertando que “O estado atual das florestas são-tomenses é caracterizada por uma pressão muito forte devido ao abate ilegal de árvores. Portanto, é preciso que toda a população nos ajude no processo de fiscalização, uma vez que a responsabilidade de preservar a floresta não se trata apenas do governo mais sim de toda a população”.

Com particular enfâse a Região Autónoma do Príncipe, declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO e detentora de uma densa e ampla floresta, registou nos últimos tempos invasão de madeireiros, facto que tem preocupado as autoridades locais.

Segundo a ONU, nas últimas décadas a taxa de mundial de desmatamento caiu em 20%. Essa queda foi considerada animadora, porém é preciso que continue a diminuir. Para isso é preciso que os governantes e a sociedade civil se pautem pela promoção de meios de subsistência alternativos que exijam uma menor pressão sobre os recursos florestais, já que cerca de 3 milhões de pessoas usam a madeira como combustível fóssil e aproximadamente 750 milhões vivem em florestas. Para garantir a integridade das florestas, a ONU quer que o desmatamento ilegal seja erradicado, propondo que os países apoiem a sua campanha “Desmatamento Ilegal Zero”, promovendo o plantio de árvores e o controle dos desmatamentos ilegais.