FAO em São Tomé e Príncipe

Hortas escolares na Ilha do Príncipe reforçadas com entrega de materiais

Materiais entregues no Jardim Ponta do Sol © FAO/ Denilson Costa

28/03/2018

28 de Março de 2018, Ilha do Príncipe – No quadro da recente visita efetuada à Região Autónoma do Príncipe pelo Assistente ao Representante da FAO para São Tomé e Príncipe, Argentino Pires dos Santos, procedeu-se à entrega de um lote de materiais e equipamentos às escolas de São Joaquim e Jardim Ponta do Sol. Os materiais entregues surgem no âmbito do Projeto “Contribuição para a redução da malnutrição entre as crianças dos 0 aos 14 catorze anos em São Tomé e Príncipe”, coordenado por Celso Garrido. A entrega destes materiais visa apoiar as escolas no desenvolvimento de hortas escolares para assim combater a malnutrição infantil.

A procura por uma alimentação saudável tem sido cada vez mais frequente na sociedade, principalmente para os que vivem em grandes centros urbanos. Mas conseguir se alimentar com frutas, verduras e legumes sem o uso de agrotóxicos ou conservantes é um objectivo progressivamente difícil. Tendo em conta os malefícios dos agro-tóxicos para a saúde humana, a FAO tem vindo a incentivar os agricultores para a prática de uma agricultura isenta de produtos químicos. Como forma de consciencializar sobre os perigos desta prática, a Organização tem apoiado as escolas com meios que as ajudem a produzir alimentos através de hortas escolares, evitando o uso de produtos químicos e prolongando de forma natural o tempo de vida dos produtos hortícolas.

Através do mencionado projecto, a FAO espera desenvolver um guia alimentar, promover a mudança de comportamento das pessoas em relação a alimentos altamente nutritivos mas culturalmente pouco apreciados, incentivar a produção local desses alimentos, criar um banco de dados de nutrição e capacitar técnicos do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Rural nacional no campo da segurança alimentar e nutrição. Desta forma, é feita uma aposta na prevenção da malnutrição e no aumento da oferta nacional de alimentos de qualidade a toda população. Tudo isto através de hortas escolares como as da Escola São Joaquim ou Jardim Ponta do Sol. 

Ana Sequeira, Diretora do Jardim Ponta do Sol, salienta os aspectos positivos desta abordagem: “Entre os benefícios alcançados pela horta escolar, destacam-se a produção e consumo de alimentos altamente nutritivos pelos alunos, realização de atividades ligadas à culinária na escola, troca de conhecimentos entre professores, pais e alunos, inserção no meio escolar de assuntos como a economia doméstica, orientação das escolhas alimentares das crianças, e também sensibilização dos alunos para os efeitos nefastos da acção do Homem no meio ambiente”. Izidoro da Mata, Diretor da Escola de São Joaquim, agradeceu à FAO pelo gesto e mostrou-se disponível para uma aposta mais séria na implementação da horta escolar pois “há épocas aqui na ilha em que nos deparámos com grande escassez de alimentos e esses meios que a FAO hoje coloca à nossa disposição acredito que serão fundamentais para combater essas faltas, uma vez que hoje já temos condições de levar adiante a nossa horta”.

O envolvimento das crianças em questões nutricionais e ambientias é fundamental, pois atuam como importantes "atores multiplicadores", levando "em efeito dominó" o que aprenderam na escola para casa, para junto dos seus pais, avós, familiares e amigos, não restringindo o que aprenderam ao meio escolar. Investir no futuro das crianças é investir no futuro da coletividade. É por essas e outras razões que a FAO realça a necessidade de se investir nas crianças para que se logrem mudanças de comportamento no futuro, especialmente no que toca à conceção dos alimentos e da Natureza.