FAO em São Tomé e Príncipe

Criação de caprinos outrora impulsionada pela FAO revela progresso satisfatório e auto-suficiente

Caprinos em criação entregues a Epifácio Cassandra © FAO/ Denilson Costa

05/04/2018

29 de Março de 2018, Região Autónoma do Príncipe – Ainda no quadro da recente visita do responsável da FAO em São Tomé e Príncipe à ilha “irmã” de São Tomé (Príncipe), o mesmo aproveitou a ocasião para proceder a uma visita de seguimento ao “Projeto de promoção de integração agro-silvo pastoril nas pequenas e micro-explorações agrícolas” (TCP/STP/3501)que, pese embora o seu término, as suas ações ainda se encontram no terreno. Na Região Autónoma do Príncipe (RAP), a FAO deixou entregou 35 caprinos, 20 delas na cooperativa de Pincatê e as restantes 15 ficaram entregues a Epifácio Cassandra, um privado potenciador na criação.

De recordar que a reforma agrária nacional permitiu um maior acesso às terras por parte das populações, porém, a pequena dimensão da maioria das explorações influencia negativamente os rendimentos produtivos da população rural, 54% da qual sofre de pobreza extrema. Foi a pensar em possíveis respostas a estas dificuldades da população rural que a FAO, através do pedido do governo, formulou o referido projeto com o objetivo de melhorar a segurança alimentar e nutricional da população, aumentar a produção pecuária e promover melhorias de rendimentos.

Durante a visita de terreno, constatou-se com agrado que a criação de caprinos na cooperativa de Pincatê tem evoluído consideravelmente e hoje os animais revelam estar de boa saúde. Metade das fêmeas encontram-se em gestação, facto que encheu de satisfação o Assistente ao Representante da FAO pois revela que o objectivo de multiplicação de animais do projecto continua a ser ambicionado, mesmo após o projecto terminar.

Deslocando-se ao sul da ilha, a delegação da FAO foi ao encontro do Epifácio Cassandra. A situação deste criador privado é ainda mais animadora. O mesmo revelou: “Jamais esquecerei desta oportunidade que a FAO me deu de aumentar o meu efetivo animal. Junto com os meus funcionários temos dado o melhor de nós para o sucesso. Estamos cientes que dentro de 5 meses vamos começar já a entregar à Direção da Pecuária partes do nosso compromisso, devolvendo progressivamente o número de animais investidos através da criação de outros caprinos que foram entretanto nascendo. Neste momento estamos com 70% das gémeas gestadas”.

Segundo Argentino dos Santos, a FAO espera com esse gesto intensificar e diversificar a produção agrícola e facilitar o acesso ao mercado dos criadores de animais como forma de permitir a melhoria de vida das populações desfavorecidas. Além disso, este projeto representa hoje uma das prioridades nacionais de desenvolvimento no sector agrícola. O mesmo rematou afirmando que "Acreditamos que dentro de pouco tempo a Região Autónoma do Príncipe poderá vir a tornar-se num celeiro de caprinos graças aos financiamentos que a FAO tem feito neste sector.