FAO em São Tomé e Príncipe

Nações Unidas lamentam a morte de Kofi Annan relembrando o seu legado

Kofi Annan © ONU/ Paulo Filgueiras

18/08/2018

18 de Agosto de 2018, São Tomé – O Ex-secretário-geral das Nações Unidas e Prémio Nobel da Paz, Kofi Annan morreu neste 18 de Agosto, aos 80 anos de idade, na Suiça.

O actual chefe das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que Annan, de muitas formas, era a própria ONU. O actual secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que ele era “uma força motora para o bem” e “um orgulhoso filho da África que se tornou um defensor mundial da paz e de toda a humanidade”. “Como tantos outros, eu tinha orgulho de chamar Kofi Annan como um bom amigo e mentor. Fiquei profundamente honrado pela sua confiança ao me seleccionar para servir, sob sua liderança, como alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados. Ele permaneceu alguém a quem sempre pude recorrer para aconselhamento e sabedoria — e sei que não estava sozinho”, afirmou Guterres em comunicado.

“Ele deu a muitas pessoas, em muitos lugares, um espaço para diálogo, um lugar para resolução de problemas e um caminho para um mundo melhor. Nestes tempos árduos e turbulentos, ele nunca parou de trabalhar para dar vida aos valores da Carta das Nações Unidas. Seu legado permanecerá como uma inspiração verdadeira para todos”, assinalou o secretário-geral.

Para Guterres, Kofi Annan era a ONU: “ele trilhou a carreira para liderar a Organização no novo milênio com inigualável dignidade e determinação”.

Nascido em Kamasi, Gana, em 8 de abril de 1938, Kofi Annan entrou no sistema ONU em 1962 como oficial administrativo e orçamentário na Organização Mundial da Saúde, em Genebra, avançando na carreira até postos mais altos em áreas como finanças, orçamento e manutenção da paz. Ele foi secretário-geral por dois períodos consecutivos de cinco anos, a partir de janeiro de 1997.

Ele foi o primeiro negro a liderar as Nações Unidas e ganhou o Prémio Nobel pelo trabalho à frente da organização. Quando assumiu a ONU em 1997, Kofi Annan tinha o apoio do governo americano. Seis anos depois, transformou-se mum dos únicos secretários gerais da organização a ter coragem para criticar o presidente dos Estados Unidos ao se manifestar contra a guerra do Iraque.

O presidente da 72ª Sessão da Assembleia Geral, Miroslav Lajčák, recordou que Kofi Annan era um dos mais respeitados diplomatas do mundo —  “um extraordinário estadista e um visionário defensor do multilateralismo”. “O vencedor do Prémio Nobel da Paz tinha profunda convicção no diálogo, comprometido defensor da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos”, afirmou.

A luta contra pobreza, o drama dos refugiados, os desafios do subdesenvolvimento e o HIV-SIDA ganharam muito mais espaço na pauta da ONU de Kofi Annan.

Ele ajudou a criar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que estabeleceram, pela primeira vez, metas para acabar com a pobreza, a mortalidade infantil e melhorar a educação. Em suma, o seu trabalho revitalizou as Nações Unidas. Por isso, em 2001, ganhou o Prémio Nobel da Paz.

Em memória ao ex-secretário, todos os escritórios das Nações Unidas ao redor do mundo deverão manter a bandeira da ONU a meio-mastro por três dias (19 a 21 de agosto). São Tomé e Príncipe não é excepção. A Coordenadora Residente dos Sistemas das Nações Unidas, Zahira Viranni, reuniu os funcionários das Nações Unidas para um minuto de silêncio em memória do ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

 

Notícia adaptada do website: https://nacoesunidas.org/onu-lamenta-morte-de-kofi-annan/