FAO em São Tomé e Príncipe

Banco Mundial lança projecto de Investimento em Resiliência das Áreas Costeiras da África Ocidental com actividades em São Tomé e Príncipe

Arlindo Carvalho apresentando o projecto © FAO/Denilson Costa

11/09/2018

11 de Setembro de 2018, São Tomé – A sala de conferências da Biblioteca Nacional acolheu na manhã de hoje a cerimónia de lançamento do projecto de “Investimento em Resiliência das WACA (Áreas Costeiras da África Ocidental)”. A cerimónia de abertura do mesmo contou com a presença do Representante do Banco Mundial, Nicolas Desramaut, e foi presidida pelo Director Geral do Ambiente, Arlindo Carvalho. Esta foi uma iniciativa promovida pelo Ministério das Infra-estruturas Recursos Naturais e Ambiente em parceria com o Banco Mundial.

O projecto em questão foi desenvolvido com o intuito de  proteger as comunidades-alvo contra a erosão costeira através de diversas actividades, que incluem a fixação de dunas, a reposição de zonas húmidas e mangais, a reconstrução de praias e a construção de diques e paredões. Almeja igualmente reduzir a possibilidade de inundações reabilitando lagoas e sistemas de drenagem, melhorando a gestão das bacias hidrográficas. As intervenções previstas irão também apoiar o controlo da poluição através de um melhor tratamento dos lixos marinhos, de derrames de petróleo e dos resíduos industriais e municipais.

Durante a cerimónia de abertura, o Director do Ambiente destacou que o projecto integra duas fases. Na primeira fase do projecto foram desenvolvidos trabalhos em quatro comunidades. Na segunda fase, já em curso, pretende-se consolidar as actividades efectuadas na primeira fase e alargar os trabalhos a outras oito comunidades, entre elas, Santa Catarina, Malanza, Ribeira Afonso e Praia Burra na Ilha do Príncipe.

Segundo Arlindo Carvalho, esta segunda fase do projecto também irá incluir trabalhos em Yô Grande, Praia Melão, Praias Luxinga, Gamboa, Praia Cruz, Micoló, e Abade na Região Autónoma do Príncipe. Estas comunidades têm sido particularmente afectadas pelos fenómenos extremos motivados pelas das alterações climáticas, tais como o aumento do caudal dos rios, inundações fluviais, chuvas fortes e turbulência marítimas. Também será prestado apoio aos pescadores que têm vindo a desaparecer em alto mar com cada vez maior frequência. Para isso será criada uma equipa que os acompanhar durante as suas actividades piscatórias.

Uma das actividades fundamentais da segunda fase do projecto “é a criação de zonas de expansão segura para as três comunidades que já receberam a intervenção do projecto,  o que é também válido para todas as outras comunidades alvo. Através de um levantamento das pessoas mais vulneráveis em todas as comunidades do país, serão criadas casas de raiz para que todos aqueles que estão em zonas de risco possam deslocar-se para zonas seguras. Pretende-se também criar zonas turísticas nos locais onde serão retiradas as casas, para que as pessoas pessoas não regressem a estes locais de risco”. 

Após enaltecer os trabalhos de preparação deste projecto realizados junto ao governo são-tomense, o Representante do Banco Mundial, Nicolas Desramaut explicou que este é um projecto que irá impulsionar a cooperação regional na luta contra a erosão costeira, trabalhando com quatro instituições regionais - a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA), a Convenção de Abidjan, o Centro para a Monitorização Ecológica (CSE) de Dakar e a União Internacional para Conservação da natureza (IUCN).

De salientar que o referido projecto terá, a nível nacional, a duração de cinco anos e dispõe de um orçamento de cerca de 8 milhões de dólares americanos financiado pelo Banco Mundial.