FAO em São Tomé e Príncipe

Lançamento técnico do projecto de restauração florestal e paisagística no Príncipe

Floresta da Região Autónoma do Príncipe ©FAO / Denilson Costa

15/11/2018

15 de novembro de 2018, Príncipe - À semelhança de São Tomé, foi lançado na ilha do Príncipe, no Centro Cultural do Príncipe, o atelier técnico do projecto de “Restauração da Paisagem pela Funcionalidade dos Ecossistemas e Mitigação das Alterações Climáticas na República de São Tomé e Príncipe”. O atelier de abertura foi presidido pelo Presidente do Governo Regional, José Cardoso Casandra, na presença do Presidente da Assembleia Regional, bem dos  representantes da FAO, GEF, ONGs e sociedade civil e quadros técnicos da Direcção das Florestas e Biodiversidade.

 “Hoje estamos a dar um novo passo num projecto extremamente importante para a ilha. Um facto que demonstra o esforço e abnegação do governo em preservar a floresta. Quero aproveitar a ocasião para endereçar uma palavra de apreço às associações de serradores e dos carvoeiros, que até hoje têm contribuido na salvaguarda da nossa floresta. Espero contar com o empenho e dedicação de todos para que no final dos 5 anos de execução do projecto tenhamos um Príncipe mais verde e mais sustentável. Os meus agradecimentos à FAO e ao GEF que nos permitiu hoje beneficiar deste projecto” afirmou o presidente do governo regional, José Cardoso Cassandra.

O Assistente ao Representante da FAO, Argentino dos Santos, no seu discurso, apelou para que haja apropriação deste projecto uma vez que os seus bons resultados virão em benefício de todos. “É preciso que haja apropriação e, acima de tudo, que haja o envolvimento dos quadros técnicos, que cada cidadão se sinta envolvido na restauração do Príncipe. É de reconhecer o esforço do governo regional no combate ao abate ilegal das árvores na Ilha do Príncipe, mas é preciso continuar a pautar as nossas acções pela preservação antes que a situação se torne irreversível”, esclareceu o mesmo.

A floresta húmida do Príncipe, localizada no golfo da Guiné, com pouco mais de 140 quilómetros quadrados, alberga cerca de 40 espécies endémicas e que conduziram a Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Cultura (UNESCO) a considerar a Ilha, em 11 de Julho de 2012, como Reserva Mundial da Biosfera, facto que tem sido para muitos habitantes da Ilha do Príncipe um orgulho sem igual. Com estas e outras valências adquiridas e a colaboração que a população tem dado na salvaguarda do ambiente, acredita-se desde já no sucesso do projecto de Restauração Florestal e Paisagística.

A restauração, embora sendo um processo extremamente importante para os seres vivos na face da terra, não se trata reduz à reparação danos ambientais, mas também visa melhorar as condições de vida de toda a humanidade. Embora os benefícios da restauração para a conservação da biodiversidade sejam óbvios, é preciso que ela seja acompanhada de oportunidades económicas que permitam o rejuvenescimento de práticas culturais tradicionais e alcance das aspirações das comunidades locais.