FAO em São Tomé e Príncipe

Luta contra a fome e a obesidade marca o discurso do Director Geral da FAO sobre o Dia Mundial da Alimentação

Director Geral da FAO, José Graziano da Silva ©FAO/Giuseppe Carotenuto

16/10/2018

16 de outubro, São Tomé – “As nossas ações são o nosso futuro” é a mensagem que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) pretende difundir  na comemoração do Dia Mundial da Alimentação que se assinala todos os anos a 16 de Outubro. Para a FAO, esta é hora de cada cidadão renovar o seu compromisso com o Desafio Fome Zero e, ainda mais importante, renovar o apoio político para um mundo sustentável sem fome e desnutrição. Neste dia, a FAO apelou ainda à luta contra a obesidade, que é actualmente “uma epidemia avassaladora”.

O Dia Mundial da Alimentação de 2018 acontece num momento crítico do combate a fome e à má nutrição, uma vez que observamos pelo terceiro ano consecutivo o aumento da fome no mundo. Uma situação que, infelizmente, nos faz retornar aos níveis de fome de uma década atrás.

Segundo o último relátorio da FAO sobre a fome e insegurança alimentar e nutricional do mundo (SOFI) em 2017, quase 820 milhões de pessoas sofriam de fome. Situações como os conflitos, os eventos extremos ligados às mudanças climáticas e a desaceleração económica constituem factores-chave que têm vindo a reverter os progressos já alcançados na luta contra a fome.

Obesidade, a outra face da má nutrição

Não podemos falar da fome sem falar das outras formas de má nutrição como o sobrepeso. Segundo o Director Geral da FAO, José Graziano da Silva “Estamos testemunhando a globalização da obesidade. É o momento de redobrar os empenhos para alcançar o Objectivo Fome Zero.”

A par dos elevados números de subnutrição estão estatísticas que mostram 2 bilhões de pessoas no mundo com sobrepeso, incluindo 38 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade. De todo o contingente, 672 milhões de adultos são considerados obesos.

“Se não encontrarmos caminhos concretos para o impedir, o número de pessoas obesas irá tornar-se tão alto quanto o número de pessoas subnutridas no mundo. Três anos atrás, “os países membros da ONU comprometeram-se com o fim da pobreza e da fome quando assinaram os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”, acrescentou Graziano.

Dado aos handicaps que o mundo vem atravessando, Graziano exorta a comunidade internacional no sentido de trabalhar de forma mais coordenada e utilizando todas as evidências e ferramentas disponíveis no intuito de combater o flagelo.

Embora os problemas mencionados, este alto responsável da FAO é optimista - “O Fome Zero, ainda é possível com a união de forças entre governos, organizações, instituições e cidadãos comuns, nesses anos restantes para 2030”.

Graziano ressaltou na sua mensagem do Dia Mundial da Alimentação 2018 que “agir não é mais uma opção, é um passo, é um passo necessário para um futuro sustentável para todos. As nossas acções de hoje vão determinar o nosso futuro”.