FAO em São Tomé e Príncipe

ONG MARAPA desenvolve novo protótipo de secador solar para produtos pesqueiros

Novo protótipo de secador solar para peixe financiado pela FAO © FAO/ Denilson Costa

05/09/2018

05 de Setembro de 2018, São Tomé – Preocupada com a situação sanitária de comercialização de pescado em São Tomé e Príncipe, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)  assinou um protocolo de acordo com a ONG Mar Ambiente e Pesca Artesanal (ONG MARAPA) que visa fornecer apoio ao projecto de “melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos em São Tomé e Príncipe” através do desenvolvimento de técnicas inovadoras de transformação e conservação de peixe nas fileiras de peixe fresco, salgado e fumado.

Este protocolo de acordo prevê o apoio específico da ONG MARAPA em três actividades principais: desenvolvimento de pelo menos três técnicas de transformação e conservação de pescado que permitam reduzir as perdas pós-captura; organização de formações de reforço de capacidades de 150 mulheres transformadoras em boas práticas de higiene, boas práticas de fabricação e gestão de microempresas; e, apoio na estruturação de pelo menos 03 organizações profissionais no sector das pescas.

Foi no quadro deste protocolo, que cumprindo com o compromisso assinado, a ONG MARAPA desenvolveu um novo modelo de secador solar para apoiar as actividades de salga de peixe. Para além da sua grande estrutura que permite salgar maiores quantidades de peixe, este secador reúne as condições adequadas ao cumprimento das regras sanitárias no processo de salga. Este novo modelo será replicado cerca de 150 vezes em benefício das associações de palayês parceiras do projecto em Portalegre (São Tomé), Santo António Praia, Lapa, Seca, Abade e Burra (Príncipe).

Para os técnicos da ONG MARAPA, as necessidades de transformação e conservação de produtos pesqueiros são fonte de preocupação dado ao elevado número de perdas pós-captura que se registam no país e ao rápido processo de deterioração de pescado exacerbado pelo clima quente e húmido.

Neste sentido, urge desenvolver novas técnicas e buscar soluções inovadoras para os problemas do sector das pescas nacional. Por essa razão, o projecto assinou o protocolo inicialmente mencionado, bem como desenvolveu missões a países como Cabo Verde, Guiné Equatorial e Senegal, países estes com vasta experiência nas fileiras de peixe fresco, salgado e fumado. A criação deste modelo de secador solar construído em São Tomé foi inspirado pela experiência da Guiné Equatorial e várias outras técnicas aprendidas nestes países – como construção de caixas isotérmicas com produtos locais – serão adaptadas e reproduzidas em São Tomé e Príncipe.