FAO em São Tomé e Príncipe

Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento mostra aos madeireiros como estes são parte da solução para travar o abate ilegal de árvores

Madeireiros sensíveis com a restauração florestal do país © FAO / Denilson Costa

12/03/2019

12 de março de 2019,  São Tomé – No dia de hoje foi realizada uma reunião entre o Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, a associação de madeireiros de São Tomé e a equipa do projecto de  “Restauração da Paisagem pela Funcionalidade dos Ecossistemas e Mitigação das Alterações Climáticas na República de São Tomé e Príncipe”. Relembra-se que este projecto é executado pela FAO, implementado pela Direção das Florestas e Biodiversidade e tem como objetivo promover a restauração e a gestão sustentável dos ecossistemas florestais do país.

Este encontro serviu para mostrar aos madeireiros a importância do seu papel neste processo de restauração florestal e paisagística, além de recolher a sua sensibilidade quanto à possível reconversão sustentável das suas actividades.

São Tomé e Príncipe abriga alguns dos ecossistemas florestais mais ricos e diversificados de África. A população humana em rápido crescimento nas ilhas teve um impacto significativo nas florestas nativas, que são amplamente restritas a alguns vales remotos e áreas montanhosas inacessíveis. A procura cada vez mais alta e competitiva por comida, energia e espaço estão a acelerar a degradação dos recursos naturais e dos ecossistemas, reduzindo a sua resiliência às mudanças climáticas.

Não há duvidas que em São Tomé e Príncipe os madeireiros são vistos como os principais agentes no processo de desflorestação. Uma das maiores ameaças ambientais é a sobreexploração dos recursos florestais, sobretudo com destino à construção de habitações e geração de energia. O desmatamento de encostas íngremes para instalar culturas alimentares começa também a ser uma realidade cuja reversão é urgente.

O XVII governo revelou o combate à extracção ilegal de madeira como uma das suas prioridades para o setor agrícola através do reforço institucional de medidas de conservação da floresta e implementação de medidas de sensibilização, principalmente destinadas aos madeireiros. Estas informações foram partilhas por via do ministro que mostrou que os madeireiros serão parte da solução para a conservação das florestas do país, devendo ser encontradas formas sustentáveis de o alcançar.

Além de agradecer o louvável engajamento do ministro no apoio ao projecto, a equipa esclareceu que será dada oportunidade aos madeireiros de se fazerem representar na Plataforma Nacional de Restauração Florestal e Paisagística criada pelo projecto, além de puderem participar, a partir do seu 3º ano de implementação, em projetos bancáveis na área de agro-silvo-pastoral

Francisco Ramos considerou que o engajamento que se tem verificado da parte da equipa do projecto e a disponibilidade dos madeireiros em colaborar para a restauração florestal e paisagística de São Tomé e Príncipe constituem um sinal de esperança de sucesso do projecto.