FAO em São Tomé e Príncipe

Técnicos do Ministério da Agricultura recebem capacitação no domínio de cultivo protegido

Produção de pimentão na estufa de Saudade © FAO/ Denilson Costa

06/06/2019

06 de Junho de 2019, São Tomé – A agricultura em São Tomé e Príncipe está a ganhar novos formatos de cultivo. Graças às boas práticas adquiridas no âmbito do projeto do Horticultura Urbana e Periurbana (HUP), implementado desde pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) desde 2014 a 2017, técnicas de produção agrícola em estufa têm vindo a ser vulgarizadas e o interesse dos agricultores por este método tem aumentado. Atualmente, os técnicos do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural estão a beneficiar de formação no domínio de cultivo protegido. De realçar que também fazem parte dos formandos os técnicos e agricultores da Região Autónoma do Príncipe.

As mudanças climáticas são preocupação de muitos agricultores. A chuva intensa, o sol forte, ventanias, entre outras mudanças recentemente verificadas, são fatores que contribuem para que os cultivos fiquem danificados e, muitas vezes, os agricultores acabem por ter um rendimento muito inferior ao esperado. Estes fatores influenciam o lucro que é gerado pela produção, deixando os agricultores sem incentivo e meios para continuarem no setor.

“A estratégia para que essas produções não sejam influenciadas diretamente pelo clima é o cultivo protegido, uma forma de produzir diversos tipos de alimento em estufa. Os alimentos ficam condicionados num ambiente próprio para seu cultivo e desta forma não sofrem a agressão do tempo”, declarou o Diretor do Ministério, Celso Garrido.

Ainda na sua explanação, Celso Garrido afirmou que “no cultivo protegido é possível controlar tanto essas intempéries e pragas como é possível assegurar de modo fiel a real necessidade de cada cultura. Uma cultura que se está adaptando muito bem ao cultivo protegido é o pimentão, por ser uma planta extremamente sensível a pragas. Por ser mais fácil o controle de pragas num ambiente controlado, é possível economizar bastante no uso de defensivos agrícolas, e com o crescimento do mercado de orgânicos é possível sim ter uma produção viável com uso de zero defensivos”.

O cultivo protegido não é considerado uma novidade no país. Durante a implementação do projeto de Horticultura Urbana e Periurbana, técnicas de produção em estufa foram desenvolvidas e vulgarizadas entre os agricultores, existindo muitos agrónomos treinados na prática com vista a auxiliar os agricultores na prática deste formato de cultivo.

Segundo as informações apuradas no terreno, esta ação de formação está a ser desenvolvida nas 10 estufas instaladas pelo Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural (MAPDR). A formação que teve o seu início no dia 04 de Junho de 2019 na estufa de Bom Sucesso, com duração de 10 dias, está a ser ministrada por um consultor internacional, especialista em cultivo protegido, que chegou ao país através de pedido do governo.