FAO em São Tomé e Príncipe

Praga nas plantações de tomate e pimentão preocupam os agricultores são-tomenses

10 de Junho de 2019, São Tomé – Em resposta ao pedido de assistência técnica solicitada à FAO pelo governo para intervir nas localidades onde os agricultores têm apresentado queixas decorrentes da instalação de uma praga nas plantações de tomate e pimentão, o Assistente ao Representante da FAO, Argentino dos Santos, efectuou no dia de hoje uma visita de terreno às comunidades de Canavial e São Bernardo para avaliar o nível de intalação da praga.

10/06/2019

10 de Junho de 2019, São Tomé – Em resposta ao pedido de assistência técnica solicitada à FAO pelo governo para intervir nas localidades onde os agricultores têm apresentado queixas decorrentes da instalação de uma praga nas plantações de tomate e pimentão, o Assistente ao Representante da FAO, Argentino dos Santos, efectuou no dia de hoje uma visita de terreno às comunidades de Canavial e São Bernardo para avaliar o nível de intalação da praga.

Num intervalo de dois a três meses o Presidente da Associação dos Agricultores de Canavial, Maito Silva, diz ter usado vários tipos de agrotóxicos para combater a praga, mas sem sucesso. Na estufas de Canavial, lagartas das pragas devoraram a plantação de pimentão e tomateiros. "Já tivemos um prejuízo de quase 20 mil novas dobras aqui, é muita coisa. E como se não bastasse, mesmo fora da estufa já se encontra focos dessa mesma praga", disse o responsável.

Preocupados com a situação, técnicos do Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT) e do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, contactaram a FAO que prontamente se disponibilizou a deslocar aos locais onde o estrago tem perturbado os agricultores para verificar in loco os danos causados, sobretudo nos tomateiros. Mesmo a olho nu é possível observar as lagartas devastadora que os agricultores apelidam de “ataca na cabeça”, uma vez que ataca as plantas na parte superior, comprometendo o desenvolvimento das mesmas e dos seus frutos. A suspeita recai sobre a “tuta absoluta”, uma das pragas mais agressivas e recentes da cultura do tomate, sendo atualmente considerada uma praga terrível para essa cultura. Ela é resistente a agrotóxicos, conseguindo-se adaptar a diferentes climas e tem elevado poder de devastação.

Perante a verificação no terreno do nível de infestação e após ter escutado os depoimentos dos vários agricultores que afirmam não conhecer a forma ideal de combater a praga, Argentino Santos afirmou que “se torna necessário que as entidades competentes acompanhem os agricultores, auxiliando-os no combate a esta infestação. É preciso que o CIAT, através da amostra, faça um estudo que permita fornecer aos agricultores as técnicas ou medidas de combate contra esta praga”.

Maito Silva declarou o seu agradecimento à FAO “por esta visita e por chegar até nós com intuito de tomar contacto com as nossas lamentações. Já à algum tempo que temos vindo a reclamar de um possível surto de ácaro e de ataque da “tuta” e infelizmente, até este preciso momento, não temos opiniões técnicas que nos pudessem auxiliar no combate a esta praga. No início achamos que o ataque era apenas à produção dentro das estufas, mas percebemos que mesmo nas plantações ao ar livre se têm manifestado”.

AS várias designações encontradas pelos agricultores para designar esta praga refletem o parco conhecimento sobre a mesma, incluindo os métodos de combate e controle mais apropriados. De facto, a instalação da praga compromete gravemente a produção de tomate e os seus estragos podem assumir grandes proporções caso a deteção não for precoce e não forem tomadas medidas de proteção. Os principais prejuízos derivam dos ataques nos frutos e as perdas de produção podem atingir os 100% quando a infestação é detetada tardiamente. Apesar de desanimados, os agricultores estão esperançosos no apoio ao combate que poderão receber do governo e, eventualmente, da FAO.