FAO em São Tomé e Príncipe

A importância da mandioca em São Tomé e Príncipe

Mandiocas vendidas no mercado de São Tomé © FAO/Ody Mpouo

12/03/2020

12 março 2020, São Tomé – A mandioca foi considerada como alimento do século 21 pela Organização das Nações Unidas (ONU), sendo uma planta que é cultivada por pequenos agricultores em mais de 100 países tropicais e subtropicais. Graças ao uso eficiente de nutrientes da água e do solo e à tolerância a secas e ataques esporádicos de pragas, a mandioca pode produzir rendimentos razoáveis, utilizando poucos ou nenhum insumo, em áreas com solos pobres e chuvas imprevisíveis.

Rica em carboidratos, as suas folhas contêm 25% de proteína, cálcio, ferro, vitaminas A e C, em 2013, num apelo lançado aos legisladores devido o potencial da planta considerada resistente, a FAO defendeu que a produção da mandioca fosse aumentada em 400% onde a intenção era de a transformar no alimento do século 21.

Igualmente, a FAO alertou ainda sobre os perigos do cultivo da mandioca, baseado em métodos do século passado e que causam o efeito de estufa, considerado o vilão das mudanças climáticas, e incentivou a aposta do cultivo em campos mais altos com melhor tratamento do solo, em vez de uso pesado de químicos, o que minimizaria os danos causados ao solo pela lavoura tradicional.

Em São Tomé e Príncipe, este alimento pode ser facilmente encontrado nos mercados locais, onde ele é vendido quase todos os dias. No entanto, há épocas do ano em que é difícil encontrar o mesmo, sobretudo no período que varia de janeiro a abril, correspondendo o período de maior abundância à época de gravana (período em que não chove em São Tomé e Príncipe), onde a oferta supera o demanda.

Numa entrevista feita a algumas vendedoras desse tubérculo num dos mercados do país, constatou-se que a maioria não sabia que a mandioca foi considerada como o alimento do século 21 pelas ONU, não obstante todas reconhecerem a importância e o valor nutricional da mesma. Segundo elas, a mandioca é comprada e consumida por pessoas de todas as classes sociais, dando a enfase à frase que dizia que “o alimento dos pobres tornou-se uma colheita multiuso que responde às prioridades dos países em desenvolvimento, às tendências da economia global, e ao desafio das mudanças climáticas.”

Igualmente em São Tomé e Príncipe, a mandioca tem vários usos como: servir para fazer a farinha de mandioca, fuba de bombom, fazer bolo, papa, filipote, engrossar a comida, e come-se cozida acompanhada de peixe. Mas o derivado da mandioca mais utilizado no país, é a farinha de mandioca.