FAO em São Tomé e Príncipe

Estudo do sector dos produtos do mar em São Tomé e Príncipe: Resumo alargado

Pescadores em São Tomé © FAO/Ody Mpouo

08/04/2020

08 de abril de 2020, São Tomé – Uma das funções da FAO é realizar uma análise abrangente e objetiva da situação mundial dos recursos haliêuticos e da aquicultura. A Divisão de Recursos Pesqueiros da FAO, desde sua criação no início dos anos 60, tem monitorado o estado dos principais recursos pesqueiros do planeta.

O sector das pescas em São Tomé e Príncipe (STP) que desempenha um papel importante no desenvolvimento económico e social do país, é composto por  3 segmentos.

- Segmento de captura, com uma componente nacional e uma componente estrangeira constituída actualmente pelos navios atuneiros da União Europeia;

- Segmento de grossistas, ocupado principalmente pelas palaiês (mulheres que comercializam e transformam o pescado), maioritariamente constituídos por mulheres, mas também por uma pequena categoria de comerciantes colectores de peixe que os fornecem principalmente aos hotéis;

- Segmento de transformação artesanal dos produtos da pesca, maioritariamente ocupado também pelas mulheres palaiês;

Neste sentido, um estudo foi realizado no quadro do apoio do Programa de Cooperação Técnica da FAO – Melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos em STP.

Durante o estudo, uma análise diagónstica da cadeia de valor evidenciou as principais fraquezas e constragimentos para o seu desenvolvimento, em especial:

- O regulamento das pescas é pouco aplicado, causando uma sobre exploração e más práicas da pesca;

- As importâncias das perdas pós-captura ligadas à fraqueza da cadeia de frio;

- Os incumprimentos dos princípios e práticas de higiene básicos ao longo de toda a fileira;

- Os constrangimentos energéticos que se vive de maneira geral no país e que afeta principalmente o setor das pescas;

- A falta de controlo e regulamento da profissão de palaiês, o que conduz à pletora das mesmas e uma ineficiência do sistema de comercialização;

- Ausência de mecanismos de financiamento adaptados às atividades;

- Pesca semi-industrial pouco eficiente.

A análise comparativa dos setores das pescas nacionais e estrangeira, mostrou que o valor acrescentado da pesca estrangeira é muito fraco em comparação com o valor gerado pela pesca nacional, tendo em conta as tonelagens das capturas respetivamente realizadas, essa situação é causada pela falta de obsevadores nacionais nos barcos estrangeiros, da quase inexistência de marinheiros, de desembarque no porto, inexistência de infraestruturas de transformação, armazenamento e conservação de produtos heliêuticos, bem como de serviços de abastecimento.

Muitas fraquezas que privam o país de potenciais rendimentos económicos.

   Nas próximas edições abordaremos sobre o desenvolvimento do referido estudo.