FAO em São Tomé e Príncipe

Porque é importante cultivar e cultivar no contexto da Covid-19

© FAO/Ody Mpouo

30/04/2020

30 de abril de 2020, São Tomé – Na actual conjuntura temos enfrentado um inimigo invisível que desencadeou uma crise sanitária e económica, os efeitos da dita crise  se alastram a nível mundial e tem apresentado um desafio sem precedente para todos os governos.

Não obstante os efeitos dessa crise serem ainda desconhecidos no campo da segurança alimentar e nutricional, é urgente a tomada de decisão e aplicações de medidas visando garantir a segurança alimentar e nutricional para todos.

Dado os números da Visão Geral Regional de Segurança e Nutrição Alimentar na África indicarem que em 2019, cerca de 256 milhões de africanos, ou seja, 20% da população, estavam desnutridos e que destes, 239 milhões estão na África Subsariana, e que de acordo com o Sistema Global de Informações e Aviso Prévio da FAO, 34 dos 44 países que actualmente precisam de ajuda alimentar externa estão na África.

As medidas tomadas visando impedir o alastramento da pandemia, acabaram por afectar directa ou indirectamente as cadeias de suprimentos alimentares, uma rede complexa composta por vários actores onde estão incluídos os fornecedores de insumos agrícolas, produtores de alimentos, processadores, transportadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. 

No caso dos países da sub-região da África Central, e segundo o Coordenador Sub-Regional da FAO para a África Central e Representante para Gabão e  São Tomé e Príncipe, Hélder Muteia, os primeiros sinais já são visíveis a nível da região como o ligeiro aumento nos preços e alguma escassez de determinados produtos, no entanto, as medidas tomadas pelos governos para regular o transporte de produtos alimentares e sua comercialização conseguiram manter o suprimento básico.

No caso de São Tomé e Príncipe, um país altamente dependente da importação de alimentos para alimentar a sua população, viu-se um pouco afectado com as medidas impostas um pouco por todo mundo para conter a Covid-19.

Para mitigar os efeitos que essa crise pudesse provocar no país, o Governo local decidiu lançar uma campanha de promoção da produção agrícola, que terá como outros objectivos, garantir a soberania e a auto-suficiência alimentar para que haja fome zero em São Tomé e Príncipe, sobretudo na conjuntura actual.

Esta iniciativa governamental, terá todo o apoio da FAO com acções a curto, médio e longo prazo como o lançamento de projectos de urgência e emergência, ajudando as populações mais carenciadas no sentido de garantir alimentos básicos aos mais necessitados e numa outra fase, o lançamento da produção de sementes a nível local que garantize a maior disponibilidade dos alimentos e ajude a melhorar a autonomia alimentar, no sentido de garantir a produção local agrícola.

E pelas incertezas causadas pela Covid-19, é necessário um regresso a agricultura e é urgente que voltemos a plantar.