© FAO/Ody Mpouo

23/07/2020

23 de julho de 2020, São Tomé – Não obstante a Covid-19 não afetar os peixes, nem ser causado pelo seu consumo, o sector das pescas também sofreu alguns impactos de forma direta e indireta devido a esta pandemia, muito por culpa da crise de saúde pública desencadeada, da crise económica contínua devido às medidas tomadas pelos países para conter a taxa de infeção, como confinamento das pessoas e encerramento de negócios.

Tudo isso afetou a demanda e o acesso dos consumidores ao mercado, não esquecendo dos problemas logísticos relacionados a restrições de transporte e fronteiras dos produtos.

E em razão disso, os pescadores e os piscicultores, serão afetados no que toca aos seus meios de subsistência, e que afetará também segurança e nutrição alimentar das populações que dependem fortemente do peixe como proteína animal e micronutrientes essenciais.

Em São Tomé e Príncipe, dada a importância do sector das pescas na economia nacional, ainda não é conhecido o real impacto que a pandemia teve sobre esse mesmo sector, nem sobre as medidas que devem ser tomadas para mitigar o impacto da covid-19 sobre o mesmo.

No entanto, duas Ong deram o pontapé de saída na implementação de um plano de emergência, para mitigar o impacto do novo coronavírus sobre o sector da pesca artesanal. O plano passa pela compra do pescado aos pescadores e palaiês, e a realização de doações para algumas instituições de caridade, garantindo assim ao mesmo tempo, o rendimento aos pescadores e palaiês e, atender as necessidades de grupos sociais mais vulneráveis.

Para ajudar a lidar com os impactos um pouco por todo o mundo, o Departamento de Pesca e Aquacultura da FAO estabeleceu uma Equipa de Trabalho COVID-19 para coordenar iniciativas departamentais em resposta à pandemia e fornecer apoio coordenado a medidas e intervenções que abordam o impacto do COVID-19 na pesca e na aquacultura. Uma das funções dessa equipe é comunicar e compartilhar informações.

Em São Tomé e Príncipe e como tem feito ao longo desses anos, através de vários projetos, a FAO já manifestou toda a disponibilidade em também apoiar o Governo no sector das pescas durante o contexto atual da Covid-19.

E a razão disso, há um projeto que arrancará nos próximos meses, no quadro do Desenvolvimento Sustentável das Cadeias de Valor da Pesca e da Aquacultura nos Estados da África, Caraíbas e Pacífico, em que São Tomé e Príncipe está integrado juntamente com mais dez países, com um orçamento global de cerca de 40 milhões de dólares, onde se irá realizar várias ações no âmbito da produção, transformação e conservação dos produtos haliêuticos.

A FAO está instalada em São Tomé e Príncipe há 45 anos e já prestou assistência técnica a vários projetos do sector das pescas tais como:

- Apoio a pesca;

- A transformação de produtos pesqueiros;

- E o projeto para viabilizar a economia azul.