FAO em São Tomé e Príncipe

A FAO promove a agro-silvicultura em São Tomé e Príncipe

13/02/2017

13 de fevereiro 2017, Libreville/São Tomé – O reforço da pecuária em São Tomé e Príncipe acaba de conhecer uma nova etapa graças à introdução de 113 cabras cruzadas com a raça Boer, de origem no Ruanda. No quadro do projeto de apoio para a <<Promoção da integração agro-silvo-pastoral para as pequenas e micro-explorações agrícolas em São Tomé e Príncipe>> implementado pela FAO, três associações com base em São Tomé e Príncipe foram solicitadas para aumentar o número de cabras introduzidas no núcleo de reprodução para, de seguida, se distribuírem as suas crias pelos outros beneficiários individuais, selecionados entre as populações vulneráveis. A abordagem agro-silvo-pastoral que é valorizada neste projeto da FAO permite conciliar em simultâneo a arboricultura, a produção vegetal e a produção animal.

Um apoio estratégico à pecuária de caprinos

A integração agro-silvo-pastoral foi identificada como um dos domínios possíveis para proporcionar uma resposta holística às grandes prioridades nacionais de desenvolvimento do setor agrícola, nomeadamente ao aumento e diversificação dos produtos agrícolas e da pecuária. Assim, a importação de cabras de Ruanda é uma ação estratégica da implementação deste projeto, situando-se no quadro de reforço das capacidades institucionais das unidades de produção e melhoramento do bem-estar das populações rurais.

<<A chegada das cabras a São Tomé no dia 8 de fevereiro de 2017 é um ponto chave na integração da produção de ruminantes na paisagem agroflorestal de São Tomé e Príncipe. Estando os animais num ciclo curto e de alta produtividade, estes irão rapidamente contribuir para a pastagem abundante, cuja durabilidade será mantida através da plantação de espécies forrageiras e da valorização da colheita dos resíduos das culturas para os animais>> explicou Cyprien Biaou, funcionário encarregado da Pecuária no escritório Sub-regional de África Central.

De acordo com o caderno de encargos estabelecido para a importação de animais pela equipa da FAO, os contactos foram estabelecidos com diversos países e os custos relativamente elevados de transporte e as dificuldades de logística para transportar os animais até São Tomé e Príncipe tiveram êxito na identificação de um fornecedor de cabras de raça Boer cruzadas com raças locais do Ruanda, entre as quais 10 cabeças foram selecionadas e entregues via avião-cargo, na quarta feira, dia 8 de fevereiro em São Tomé. A importação de cabras do Ruanda para São Tomé e Príncipe, revelou-se um processo trabalhoso, especialmente devido às escassas relações entre os dois países. Longe de desencorajar a equipa técnica do projeto, as dificuldades encontradas reforçaram a motivação e a procura de soluções para ver esta operação lograr sucesso. Este projeto piloto, cujos resultados poderão encorajar o renovamento e a expansão da iniciativa em outros países da África Central, merece uma especial atenção pois poderá indicar o caminho a seguir para proceder à introdução e melhoramento da produção de pequenos ruminantes nas zonas florestais da África Central.

Reduzir a pobreza no meio rural

Graças a uma abordagem integrada que vai igualmente permitir o cultivo de espécies forrageiras (soja e milho) futuramente utilizadas para a alimentação dos animais da pecuária, este projeto vai diversificar as atividades das associações, em conjunta contribuição para a redução da pobreza entre os beneficiários, essencialmente instalados nas zonas rurais. Após um período de quarentena, três associações acolheram as cabras. Entre elas, encontra-se a Associação Solidária do Cão Grande, sediada em Porto-Alegre, no Sul do país a uma centena de quilómetros de São Tomé. Dois hectares de milho foram já preparados para a alimentação dos animais e um comité de gestão de cinco membros foi implementado para tratar do acolhimento das cabras.

Durante os últimos meses, a FAO apoiou as estruturas de receção necessárias para acolher os animais, em particular, o centro de quarentena Nova Olinda e os locais oferecidos pelas associações beneficiárias do projeto. Os trabalhos desenvolvidos são essencialmente orientados para o planeamento do habitat e para as estruturas de armazenamento dos alimentos para os animais. Além disso, as equipas do projeto trabalharam para garantir o fornecimento de medicamentos através de regentes de laboratório em apoio ao reforço das capacidades de serviços de pecuária em São Tomé e Príncipe, os quais vão monitorizar o estado de saúde e os desempenhos zootécnicos das cabras.

Com o tempo, o apoio da FAO deverá permitir às associações melhorar os rendimentos provenientes da pecuária de caprinos e comercializar os produtos provenientes deste setor.

Hyacine Kacou-Amondji | Oficial de comunicação | Email : [email protected]