FAO em São Tomé e Príncipe

Visita às comunidades de Morro Peixe e Obo Moro reflete o impacto positivo de projeto desenvolvido pela FAO

12/05/2017

12 maio 2017, São Tomé – No dia 10 de maio, para além de uma visita ao Canavial, Sagnia Sankung, encarregado da produção e proteção das plantas da FAO, visitou ainda as Comunidades de Morro Peixe e Obo Moro. A visita foi acompanhada pela equipa da FAO e do Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT).

Esta visita realizou-se com o fim de avaliar o projeto “Projeto de assistência urgente para o controlo da Spodoptera, inseto devastador do milho e restauração das capacidades produtivas dos agregados familiares”. Um dos objetivos incluídos neste fim abrangente é determinar se a utilização dos materiais distribuídos aos agricultores (como máquinas pulverizadoras, máscaras, viseiras, botas e luvas) estão a ser utilizados e se estes necessitam de um novo reforço.

A visita a Morro Peixe colocou também em destaque a importância da monitorização das plantações, não só para controlar o nível de ataque da Spodoptera, mas também para examinar as práticas agrícolas adotadas pelos agricultores. É o caso de uma agricultora que decidiu arriscar em fazer uma plantação propositadamente tardia. Desta forma, fará a colheita da parcela na época da gravana, altura seca e de escassez, esperando assim um retorno financeiro mais elevado. Todavia, a gravana é também a época que, por menor pluviosidade, é a mais propensa ao ataque da lagarta. Simultaneamente, este ataque apenas se dá em plantas jovens, como é o caso da plantação desta agricultora neste início da gravana.

Em Obo Moro, um outro indicador mereceu atenção: o ataque da Crotcha, do nome científico Heteronychus fossor. Este é um dos elementos que evidencia a necessidade de continuidade futura deste projeto, que tem final previsto em julho. Nesta comunidade foi gratificante verificar que os agricultores têm tirado o máximo proveito das culturas com práticas inteligentes, tais como a consorciação de culturas. Neste caso, a plantação intercalar de milho com leguminosas com o feijão. As variedades de leguminosas resistentes à seca e com enraízamento profundo podem fornecer água subterrânea para as culturas vizinhas quando plantadas em sistemas consorciados. Posteriormente, quando colhidas ao mesmo tempo que o milho, por exemplo o feijão, permitem a confeção de pratos típicos são tomenses como a cachupa.

Em conclusão, verifica-se que este projeto tem tido repercussões bastantes positivas nas comunidades e na sua segurança alimentar, sendo por isso importante a sua continuação. A manutenção de visitas de campo é igualmente relevante para a monitorização das práticas agrícolas dos agricultores beneficiários. Realça-se, por último, o facto de anteriormente ao início do projeto, não existirem agricultores formados para a utilização de pesticidas e inseticidas. Para além desta falta de conhecimento condenar as culturas atacadas, representava um risco à saúde de quem utilizava estes produtos sem formação. Atualmente, existem pelo menos 5 brigadas fitossanitárias.