FAO em São Tomé e Príncipe

Parceria entre os agricultores de Sã Bernardo e a Cooperativa de Transformação de Agostinho Neto

Parceria entre a Cooperativa de transformação de Agostinho Neto e os Agricultores de Sã Bernardo (Crédito: Denilson Costa)

15/08/2017

15 de Agosto de 2017 São Tomé – No âmbito do projecto “Reforço da segurança alimentar no meio urbano na África Central graças a uma melhor disponibilidade de alimento produzido localmente”, está a ser desencadeado um ciclo de visitas ao terreno entre as senhoras transformadoras dos produtos de Agostinho Neto e os agricultores do distrito de Lobata ,beneficiários do referido projecto, no sentido das partes identificadas encontrarem alternativas em conjunto que garantam o sustento mútuo. Entre a escassez e a abundância que se têm verificado no país, parcerias como estas vêm contribuir para uma maior disponibilidade de alimentos transformados, garantindo também aos agricultores mercado.

A comunidade de Sã Bernardo, no distrito de Lobata, foi a escolhida para o pontapé de saída da tão sonhada parceria. No encontro com Tomé Costa, presidente da associação dos pequenos agricultores desta comunidade, foram abordados os tipos de alimentos que a cooperativa mais usa para a transformação, como mandioca, mamão, tomate, fruta-pão, cajá-manga. Segundo Tomé Costa, existe estes alimentos em abundância, mas a falta de mercado tem causado transtorno aos produtores, uma vez que já houve momentos na em que a perda dos produtos recolhidos foi maior que a venda. Daí que a existência desta cooperativa e a profícua parceria que abordamos constitui mais um incentivo aos demais agricultores da comunidade, que conta com mais um mercado para escoamento dos produtos.

Victoria dos Santos, em representação das senhoras da cooperativa, agradeceu a pronta disponibilidade e a oportunidade que o projecto lhes tem vindo a fornecer desde a fundação até a data presente, enaltecendo de igual modo os agricultores de Sã Bernardo que desde já se mostraram sensíveis com esta acção. A mesma aproveitou a presença da equipa da comunicação da FAO em São Tomé e Príncipe para agradecer em particular à Organização pois graças a esta cooperativa têm conseguido alguns alimentos para o sustento da família.

Ekzul do Nascimento, consultor nacional do projecto, depois de escutar as partes interessadas, alertou sobre o preço a ser praticado neste consórcio, prevenindo os agricultores de que a cooperativa ainda não possui meios financeiros suficientes para aquisição dos produtos a preço praticado no mercado, sem falar dos gastos que as mesmas têm com a compra dos materiais para a conservação dos produtos transformados. Eksul realçou ainda  que o preço a ser praticado deve ser favorável, de forma que nenhuma das partes saia em desvantagem. Cientes dessas necessidades, os agricultores mostraram-se solidários e garantiram que depois da reunião com os demais produtores e a cooperativa será estabelecido um preço módico que permita as partes proveitos.

Foi percorrido um total de 15 parcelas de produção, onde as senhoras puderam ver de perto o que se está a produzir e alertar os produtores para as necessidades ou do tipo de produção que a cooperativa mais recorre para a transformação. De grosso modo, esta visita revelou-se de veras importante para os agricultores, pois os mesmos puderam perceber as reais necessidade da cooperativa e até de certa forma ser orientados para os tipos de produtos a serem introduzidos. Segundo o consultor, os agricultores serão conduzidos a uma unidade de transformação para acompanhar de perto os trabalhos de transformação dos produtos por eles fornecidos.