FAO e a Embaixada da República da China Popular exploram áreas de cooperação
19/09/2017
19 setembro 2017 São Tomé – Em visita a São Tomé e Príncipe, Hélder Muteia, Representante da FAO para a África Central, não perdeu a oportunidade para explorar possíveis laços de cooperação com alguns parceiros para o desenvolvimento de São Tome e Príncipe. Este é o caso da República Popular da China, representada no país pelo Sr. Embaixador Wang Wei, com o qual realizou um encontro. No encontro estiveram também presentes Argentino Pires dos Santos, Assistente ao representante da FAO e Calixte Alapini, consultor internacional da FAO.
Com o corte de relações diplomáticas entre o governo de São Tomé e Príncipe e Taiwan (oficialmente designado como parte integrante da República da China, apesar da renitência de designação devido ao processo de independência não consensual) a 21 de Dezembro de 2016, abriram-se as portas à cooperação de São Tomé com a República Popular da China, país que se encontra empenhado em contribuir em diversos domínios para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.
Foi neste sentido que se realizou o mencionado encontro. Neste, Wang Wei felicitou a FAO pela recente inauguração do novo edifício em São Tomé e afirmou que tem visto com bons olhos o empenho e a importância desta instituição no país. O mesmo não deixou de mencionar um episódio constrangedor passado no país. Este episódio consistiu na propagação errónea de que o milho ora introduzido pelo governo chinês tratava-se de transgénico, um facto que as análises laboratoriais feitas pelo Centro de Investigação Agronómico e Tecnológico (CIAT) provaram ser contrário. Segundo Wang Wei, o governo chinês é um governo sério e por isso as amostras do referido milho, apesar dos resultados do CIAT, foram enviadas a outras instituições especializadas para análises adicionais.
Segundo Hélder Muteia, o embaixador Wang Wei mostrou-se comprometido em colaborar com a FAO no domínio da agricultura para juntos contribuírem para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe. Foi de igual modo realçada a possibilidade de uma cooperação sul-sul que possibilite o país de usufruir de alguns financiamentos direcionados ao sector agrícola, não descorando o novo Quadro de Programação de País, que especifica as áreas elegidas pela FAO para proceder o financiamento mediante as necessidades do país.
Ainda no encontro referido, o embaixador Wang wei recordou os financiamentos que a FAO concedeu à China nos seus anos mais difíceis e adicionou que, hoje em dia, o governo chinês tenciona seguir o mesmo exemplo da FAO em ajudar os países que mais precisam através do vasto expertise que adquiriu ao longo dos tempos. Juntamente com a FAO, a República Popular da China poderá contribuir para São Tomé em questões como a formulação de políticas que norteiem o desenvolvimento económico do país, pois existe uma total disponibilidade das partes para o efeito.