FAO em São Tomé e Príncipe

A maioria das fêmeas de Nova Olinda encontra-se já em gestação

Caprinos recém-nacidos em Nova Olinda (Photo: © Denilson Costa)

13/11/2017

13 de Novembro de 2017 São Tomé – No âmbito do projeto de promoção da integração agro-silvo pastoril nas pequenas e micro-explorações agrícolas (TCP/STP/3501), que conta com o financiamento da FAO e coordenação nacional de Carlos Manuel das Neves Baía Dê, foi feita uma visita ao Centro de Nova Olinda, local que serviu de quarentena para os animais nos inícios do projeto. Após o cruzamento feito entre as cabras da raça pura provenientes do Ruanda e a espécie local, dos 50 animais que existem neste momento em Nova Linda, 80% das fêmeas já se encontram em gestão e 5 cabritos são recém-nascidos. Segundo o coordenador nacional, este cruzamento tem tido resultados satisfatórios.

Este é um projeto financiado pela FAO realizado com vista a garantir a segurança alimentar e nutricional da população através da promoção do aumento da produção agrícola, pecuária e florestal. Melhorar o acesso ao mercado e reduzir a pobreza, sobretudo no mundo rural, constituem também objetivos deste projeto. No que toca à redução da pobreza rural, o projeto em causa selecionou no país 3 cooperativas que foram beneficiadas com a entrega dos caprinos para a multiplicação, permitindo assim que num futuro não muito distante outras cooperativas possam vir a ser beneficiadas com esta ação e, por conseguinte, aumentar a produção de carnes e seus derivados no mercado nacional.

Se no início do projeto a mortalidade dos animais era um dos fatores que parecia condicionar o sucesso do mesmo, hoje o mesmo já não se pode dizer. Com a adaptação dos animais ao clima do país o problema acima mencionado foi solucionado. Neste momento, a maior preocupação dos técnicos e funcionários em Nova Linda prende-se com o furto dos animais, facto que os obrigou a construir novas instalações com maiores e melhores condições de segurança. Américo Magalhães, veterinário e responsável do Centro de Nova Linda, manifestou preocupação com o fim do projeto: “o projeto já vai terminar em dezembro. Nós já em janeiro e fevereiro teremos o nascimento dos novos filhotes, torna-se necessário criar condições necessárias para dar resposta a este aumento dos caprinos”.   

Carlos Baía, ciente das necessidades que poderão vir a existir com o fim do projeto, nos garantiu que essas necessidades já foram discutidas com a Direção da Pecuária e as condições estão sendo criadas para que definitivamente elas não venham a constituir embaraços para o sucesso deste projeto. Com relação à questão dos furtos, segundo este, o caso já se encontra ao cuidado das entidades competentes e já existe um plano que vai ser implementado para que esta ação não se repita.  

Com a reforma agrária de São Tomé e Príncipe a 30 de Setembro de 1975, muitos Santomenses beneficiaram do acesso a terra. Entretanto, esta reforma não foi capaz de resolver o problema de pobreza extrema em que vive a população rural (54%). A pequena dimensão da maioria das explorações influencia negativamente os seus rendimentos produtivos, uma situação que poderá vir a ser ultrapassada com a intensificação, diversificação da produção agrícola e abertura a um o mercado bem estruturado poderá permitir a melhoria de vida das populações desfavorecidas. Neste contexto, o projeto de promoção de integração agro-silvo pastoril nas pequenas e micro-explorações agrícolas representa hoje uma das prioridades nacionais de desenvolvimento no sector agrícola.