FAO em São Tomé e Príncipe

Possibilidades de sinergias entre a FAO STP e Embaixada de Portugal

Luís Gaspar e Hélder Muteia reunidos aquando da missão no país do Coordenador Sub-regional da FAO para a África Central © FAO/ Denilson Costa

04/05/2018

04 de Maio de 2018, São Tomé e Príncipe – No passado dia 4 de Maio realizou-se, na embaixada de Portugal em São Tomé, uma reunião entre o Assistente ao Representante da FAO no país, Argentino dos Santos, e o Adido de Cooperação da referida embaixada, António Machado. Esta reunião desenvolveu-se no âmbito da recente visita ao país de Hélder Muteia, Coordenador Sub-regional da FAO para África Central, a São Tomé. Neste encontro foram identificadas as possíveis sinergias entre as partes, especialmente no que toca à sustentabilidade ambiental e social de São Tomé e Príncipe.

Destaque foi conferido às actividades desenvolvidas, entre Dezembro de 2014 e Julho de 2016, no âmbito do projecto “Bioenergia em São Tomé e Príncipe: Aproveitamento Energético do Biogás”. Este projecto teve como financiador o Fundo Português de Carbono e foi executado pelo consórcio Ecovisão nas zonas circundantes do Parque Natural Obô. O seu objectivo era o aproveitamento de energético de biogás e pretendia mitigar os problemas relacionados com o baixo acesso das populações beneficiárias (comunidades de Santa Geni, Mendes da Silva e Novo destino) a energia de fontes sustentável, almejando contribuir para redução da degradação dos recursos florestais e desflorestação da ilha.

Segundo estudos realizados, constatou-se que a maioria dos agregados familiares em São Tomé e Príncipe recorre a fontes tradicionais de energia, nomeadamente madeira, ou a geradores privados para cozinhar alimentos e fins de iluminação. Em comunidades rurais até 50 habitantes, 89% dos agregados recorre a lenha para cozinhar, 7% utiliza petróleo e 4% utiliza carvão. Estes dados demonstram como o projecto outrora desenvolvido revestia pertinência inegável.

Para o desenvolvimento sustentável do país, é preciso que São Tomé e Príncipe supere os desafios existentes relativos ao tratamento de resíduos orgânicos, como restos de comida e dejectos de origem animal no sentido de produzir energia limpa que venha a ajudar no combate aos efeitos de estufa.

No cenário proposto pelo projecto outrora desenvolvido, o biogás produzido a partir de dejectos animais surge como uma excelente opção de transformação de um passivo ambiental numa valioso activo económico. Por esta razão, a avaliação dos impactos do projecto referido e a possível continuação de actividades deve ser analisada uma vez que esta poderá constituir uma oportunidade de cooperação entre a FAO em São Tomé e a Embaixada de Portugal.