FAO em São Tomé e Príncipe

FAO e os parceiros juntos no debate sobre o papel das mulheres no desenvolvimento rural

Trabalhadoras da Unidade de Processamento de Produtos Agrícolas em Agostinho Neto ©FAO/Denilson Costa

30/05/2018

30 de maio de 2018, São Tomé – No passado dia 23 de maio 2017, o Representante da FAO em São Tomé e Príncipe, Hélder Muteia, e a Embaixadora do país no Gabão, Elisa Pereira Afonso de Barros participaram num debate temático sobre "o papel das mulheres no desenvolvimento rural". O encontro foi organizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em parceria com os ministérios parceiros, doadores e outros parceiros de desenvolvimento, embaixadas e associações industriais. A iniciativa surgir da preocupação da Organização em colocar à disposição das mulheres rurais, benefícios e oportunidades que reconheçam a sua indubitável contribuição para desenvolvimento socioeconómico e agrícola dos países.

Durante três horas, os participantes debateram sobre o papel das mulheres no desenvolvimento rural, as suas potencialidades e desafios, bem como sobre as áreas estratégicas de intervenção para a sua valorização. É inquestionável que as mulheres rurais desempenham um papel crucial na prossecução da segurança alimentar e nutricional e na luta contra a pobreza rural. É ainda a estas heroínas, cujo reconhecimento permanece nas sombras, que se deve a permanência nas escolas da maioria das crianças que habitam as zonas rurais. A mulher são-tomense é um bom exemplo. O seu espírito de sacrifício, liderança e organização em que se tornam mestres graças ao seu papel de mãe e pilar da família é projectado na gestão bem-sucedida de cooperativas quando lhes é dada a oportunidade, tal como acontece com a Unidade de Processamento de Produtos Agrícolas de Agostinho Neto estabelecida com o apoio da FAO e que ajudou 22 senhoras a aumentarem os seus rendimentos.

Sobre os obstáculos que encontram, Yolande Bivigou, Ponto Focal de Género do Ministério da Agricultura e responsável pelo Programa Semente de Gabão, declarou: "Promover o acesso das mulheres a fatores de produção (informação, créditos, tecnologias, recursos naturais), fortalecendo suas capacidades organizacionais e técnicas, apoiando o desenvolvimento e a preservação de nichos decentes e sustentáveis ​​de geração de emprego, são elementos que permitiriam que a mulher rural desempenhasse seu papel e este fosse visível ".

As várias partes interessadas demonstraram o seu interesse e apreciaram esta iniciativa da FAO que, numa abordagem participativa, deseja que sejam levadas a cabo acções efectivas destinadas ao desenvolvimento da mulher rural. De facto, "o interesse neste tema está bem estabelecido", disse o representante do Banco para o Desenvolvimento do Estados da África Central (BDEAC). O mesmo reiterou ainda o lugar ocupado pela igualdade e questões de género nos 8 objectivos prioritários do plano estratégico quinquenal 2017-2022 do BDEAC.

Com esta iniciativa a FAO pretendeu lançar as bases para a reflexão sobre a contribuição das mulheres para o desenvolvimento rural e o apoio de que estas necessitam para fortalecer seu papel na garantia da segurança alimentar e nutricional. "O tema de hoje foi escolhido tendo em conta que África, e particular o Gabão e São Tomé e Príncipe, não fogem à regra. As mulheres são responsáveis ​​pela alimentação e saúde diárias da família. São atores fundamentais no desenvolvimento rural sustentável. Porém, o seu reconhecimento nem sempre feito", disse Hélder Muteia, Coordenador do Escritório Sub-Regional da FAO para a África Central e Representante da FAO no Gabão e em São Tomé e Príncipe.