FAO em São Tomé e Príncipe

Ministro da Agricultura efectua visita de terreno aos agricultores

Ministro de Agricultura na visita de terreno aos agricultores © FAO/Denilson Costa

09/07/2018

09 de Julho de 2017, São Tomé – No âmbito das visitas de terreno que têm sido levadas a cabo pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico Campos deslocou-se esta segunda-feira às comunidades do distrito de Lobata, nomeadamente Água-casada, Mesquita e Uba-Cabra. Estas visitas realizaram-se com vista ao Ministro se inteirar das dificuldades que os agricultores têm vindo a enfrentar e, também, verificar o impacto da gravana, época mais seca do ano, na disponibilidade de alimentos para a população.

A comitiva constituída para esta visita, acompanhada pelo Director da Agricultura, Armando Monteiro, o Director da Reforma Fundiária, José Moreira e outros funcionários afectos a este ministério, teve oportunidade de assistir in loco ao quotidiano dos agricultores, às suas necessidades e os esforços que despendem para que as hortaliças cheguem ao mercado nacional todos os dias. Segundo Carlitos Almeida, agricultor de Água-Casada, todos os esforços poderiam originar ainda maiores resultados: “se nós tivéssemos mais apoio, a disponibilidade de alimentos poderiam ser maior. Agradeço à FAO em nome dos meus colegas pelo projecto de Horticultura Urbana e Periurbana, que muito fez nos ajudou”.

Adilson Simões, presidente dos pequenos agricultores de Água-Casada, aproveitou a oportunidade para esclarecer algumas situações que têm suscitado descontentamento junto dos agricultores, nomeadamente a falta de canalização da água. Apesar de existir água no local, os agricultores não dispõem de sistema de canalização que possibilite a sua distribuição igualitária. Adilson afirmou que “no ano passado, enquanto o projecto de Horticultura Urbana e Periurbana ainda estava em curso, a disponibilidade dos produtos era maior nesta altura do ano e o governo precisa modernizar a agricultura no sentido de nós aumentarmos tanto a quantidade, como a qualidade dos produtos”.

A visita teve continuação em Uba-Cabra e Mesquita, onde a problemática da água e falta de terras para o cultivo foram abordadas. Segundo Abel Bon Jesus, “se nada for feito agora, nós vamos perder os campos agrícolas. Já começamos a ver um maior número de terras a serem usadas para a construção de habitação e a agricultura tem ficado para trás”. Preocupação esta à qual muitos outros agricultores juntaram a sua voz. Abel adicionou que “estamos a ser fustigados com uma praga que tem devastado a produção de tomates e pimentão. Pelo facto, gostaríamos de pedir o apoio do governo para junto aos parceiros encontrarmos formas para o seu combate”. Sobre a praga, segundo técnicos do Ministério parece tratar-se do “ácaro”, praga sobre a qual o Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT) já se encontra a trabalhar para desenvolver técnicas eficazes de combate.

 

“Tomamos boa nota de todas as preocupações que foram levantadas pelos agricultores, estamos conscientes das dificuldades e estamos a trabalhar no sentido de dar resposta a todas elas. Há muitas das coisas que foram abordadas que já se encontram dentro das nossas linhas de resolução. A FAO, como já foi citado por alguns agricultores, é de facto um parceiro do governo e junto a esta organização vamos interceder no sentido de mais rapidamente possível encontrarmos uma solução para as preocupações levantadas. Estas preocupações não são somente vossas [agricultores], mas também do próprio governo que reconhece o valor de cada um de vocês no combate à fome, malnutrição e outros males causados pela falta de alimentos” afirmou o Ministro, Teodorico Campos, no balanço feito à comunicação social desta visita.