FAO em São Tomé e Príncipe

FAO em São Tomé e Príncipe organiza debate temático sobre o cooperativismo em São Tomé e Príncipe

Debate sobre o cooperativismo no desenvolvimento sustentável do país © FAO/Denilson Costa

09/07/2018

09 de Julho de 2018, São Tomé – No âmbito da comemoração do Dia Internacional das Cooperativas que é celebrado anualmente no primeiro sábado de Julho, como fora decretado pela Assembleia das Nações Unidas em 1992 (resolução 47/90), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em São Tomé e Príncipe organizou um debate temático com vista a propor uma maior reflexão sobre esta data. O debate subordinado ao tema “O cooperativismo e a sua contribuição no desenvolvimento sustentável de São Tomé e Príncipe”, decorreu na sala de conferências da Embaixada do Brasil e foi presidido pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico de Campos.

“Gostaria em meu nome pessoal, e em nome do governo do qual faço parte, enunciar a nossa mais profunda felicitação à FAO pela criação deste espaço e desta oportunidade onde todos podemos reflectir e juntos encontrar uma possível saída da actual situação, menos boa, com que se deparam algumas cooperativas. Espero que com este debate possamos recolher contribuições que nos permitam mudar o mau rumo das coisas e dotar as cooperativas de elementos que lhes permitam contribuir para o desenvolvimento sustentável de São Tomé e Príncipe”, palavras proferidas pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico de Campos, na sessão de abertura do debate.  

As cooperativas são constituídas por cooperadores que se unem com o objectivo de prestar serviços aos próprios associados numa actividade económica e comum com ou sem fins lucrativos. Em muitos países, as cooperativas são regulamentadas por leis capazes de reger todos os aspectos inerentes ao seu funcionamento. No caso particular de São Tomé e Príncipe, a situação das cooperativas aparenta ser um tanto ao quanto diferente, uma vez que muitos conhecedores da matéria jurídica afirmam que a lei existente relativa à criação das cooperativas precisa de ser actualizada para responder à actual conjuntura do país.

Após a sessão de abertura do evento, o embaixador do Brasil no país, Vilmar Coutinho, convidado para moderar o debate, começou por demonstrar a expertise do Brasil no que toca ao cooperativismo, mencionando como este movimento, fortemente impulsionado pela sociedade civil no Brasil, ajudou e tem ajudado no desenvolvimento do seu país.

Problemas como a governança, falta de responsabilidade, gestão, prestação de contas, espírito de união e procura pelo lucros imediatos, foram os pontos frisados pelos participantes, onde Alexandre Ferreira, participante do debate, afirmou “é preciso que que as organizações que trabalhem em parceria com o Estado comecem a apostar no privado e nos jovens de forma directa, pois nem sempre os meios colocados à disposição do Estado chegam aos destinatários”. Realçando as deficiências existentes em termos de funcionamento e organização das cooperativas, um outro participante, Celso Garrido, membro da cooperativa CEPIBA, chegou a afirmar que “as cooperativas em São Tomé e Príncipe não podem contribuir para o desenvolvimento sustentável do país se continuarem do jeito que estão”.

Foram feitas bastantes recomendações pelos participantes. Todas anotadas pela FAO para que lhes seja dada a devida atenção e incorporem as actividades da Organização no exercício do seu bem-sucedido mandato no país.