FAO e GEF lançam projecto de Restauração Florestal e Paisagística em São Tomé e Príncipe
02/08/2018
02 de Agosto de 2018, São Tomé - São Tomé e Príncipe poderá vir a fazer renascer as suas florestas e ganhar mais áreas verdes geridas de forma sustentável. A esperança surge com o lançamento oficial do projecto "Restauração da Paisagem para a Funcionalidade dos Ecossistemas e Mitigação das Alterações Climáticas na República Democrática de São Tomé e Príncipe”. O atelier de lançamento do referido projecto contou com a presença do coordenador Sub-regional da FAO para a África Central e Representante para São Tomé e Príncipe, Hélder Muteia, parceiros do governo e o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico de Campos, que presidiu a abertura.
Este trata-se de um projecto nacional que visa promover a restauração e gestão sustentável dos ecossistemas florestais de São Tomé e Príncipe, com vista a reduzir as emissões de carbono resultantes da desflorestação e reverter a degradação da floresta e do solo. Este projeto é financiado pelo Fundo Global para o Ambiente (GEF), num montante aproximado de US $ 4,6 milhões e será implementado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em parceria com as autoridades nacionais, incluindo as autoridades da Região Autónoma do Príncipe, por um período de cerca de 5 anos, que benefecia 10 países, com oportunidades acrescidas de partilha de conhecimento, de capacitação e de cooperação Sul-Sul.
No seu discurso, Hélder Muteia, afirmou “chegamos a este ponto graças à visão clara e à liderança demonstradas pelo governo em todas as fases do processo, e o sucesso dependerá fortemente da continuidade desta plataforma favorável”. Afirmou ainda que “a FAO, como agência acreditada pelo GEF para a implementação deste projecto, fará o máximo e o melhor para que São Tomé e Príncipe continue a trilhar pelos caminhos do desenvolvimento sustentável e para que os ideais de desenvolvimento desta pátria, que é de todos nós, continuem a ser cumpridos”.
A degradação florestal e abate ilegal e não controlado de árvores constituem das maiores ameaças ambientais e causas da sobreexploração de recursos florestais. A população de São Tomé e Príncipe depende fortemente dos recursos florestais. Quase todas as casas são feitas de madeira e a maioria dos alimentos é, geralmente, cozido através do uso de carvão vegetal ou lenha obtida da floresta. Face às crescentes necessidades das ilhas e à insuficiência da oferta de madeira, o acesso a estes recursos torna-se cada vez mais difícil. Consequentemente, o abate indiscriminado de árvores tem sido registado níveis alarmantes nas últimas décadas. Esta é uma situação que mereceu a preocupação da FAO, e por isso, surgiu este projecto.
"Da parte do governo, reafirmamos o total engajamento e responsabilidade de tudo fazer para que consigamos atingir com sucesso os objectivos que nortearam a criação deste projecto que vai contribuir para a conservação da nossa biodiversidade e melhoria das condições de vida da nossa população. Os nossos agradecimento à FAO e votos de sucesso para que, de facto, este projecto sirva efectivamente o interesse de São Tomé e Príncipe". Palavras proferidas pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico de Campos, na sessão de abertura deste atelier.
No intuito de garantir o início operacional do projeto, o presente atelier de lançamento visou partilhar uma compreensão comum dos objectivos, resultados e actividades planeadas, bem como os papéis dos diferentes parceiros do projecto. Numa segunda fase, a realizar na segunda quinzena de Outubro, após o recrutamento da equipa técnica de gestão do projeto, proceder-se-á ao lançamento técnico, no qual se definirá o plano de trabalho e orçamento anual, sendo estes validados durante o primeiro Comité de Pilotagem do projeto.