FAO em São Tomé e Príncipe

Lançamento do projeto OBÔ-CARBONO

Parque Natural Obô de São Tomé © FAO/Bárbara Campos

14/08/2018

14 de Agosto de 2018, São Tomé – “OBÔ-CARBONO: Gestão Participativa para a Redução da Desflorestação e Degradação Florestal no Parque de Obô” é o novo projecto para o sector das florestas de São Tomé e Príncipe. O projecto foi lançado na sala de conferências do Centro de Formação Profissional Brasil - São Tomé, no dia 14 de Agosto. O atelier de lançamento foi presidido pelo Director das Florestas, Anahory Dias, em representação do ministro da agricultura e desenvolvimento rural, na presença dos parceiros de desenvolvimento do país.

Com um financiamento de USD 290.000 para 2 anos e meio de execução, disponibilizado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), este projecto tem como entidades parceiras a RsEt, a Direcção das Florestas de São Tomé, a direcção do Parque Natural Obô de São Tomé, a ONG ADAPPA, a Way Carbon e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. O seu objectivo global passa pelo fortalecimento da gestão participativa de base comunitária na área protegida do Parque Obô de São Tomé através da viabilização de fluxos de financiamento sustentáveis para o desenvolvimento verde e de baixo carbono. Especificamente, o projecto OBÔ-CARBONO visa multiplicar os benefícios sociais, ambientais e financeiros da área protegida e contribuir para o desenvolvimento do projecto REDD+ de São Tomé e Príncipe.

Dos variados projectos com intervenções no sector florestal, o OBÔ-CARBONO assume como característica particular a execução de procedimentos técnicos que permitirão quantificar e reportar as emissões de carbono de referência (pré-intervenções) para posteriormente monitorizar os resultados (pós e durante as intervenções).

Anahory Dias, no seu discurso de abertura, afirmou que “o envolvimento de partes interessadas e das comunidades neste projeto piloto criará conhecimento, instalando os incentivos necessários à adoção e manutenção de modos de vida sustentáveis para a conservação de zonas prioritárias. Neste contexto, as comunidades locais passarão a conhecer o valor económico direto obtenível pelas árvores em pé e ficarão capazes de, através de monitorização, exigir o retorno que lhes é devido pela conservação das florestas na área protegida”.

Segundo os requisitos do REDD+, depois de transacionados (em fases futuras do processo agora iniciado), os créditos de carbono obtidos através de actividades de conservação devem ser distribuídos de acordo com os mecanismos de partilha construídos de forma participada. As boas práticas internacionais indicam que cerca de 30% dos benefícios financeiros devem reverter diretamente a favor das comunidades locais através da melhoria das condições de vida, como por exemplo através da instalação de novas vias de comunicação e equipamentos coletivos, formação em melhores práticas agrícolas, microcrédito, fornecimento de insumos agrícolas, entre outros. Uma dinâmica que se revela favorável ao país que se mostra empenhado na conservação da sua floresta.