FAO em São Tomé e Príncipe

A importância do trabalho das mulheres rurais para a segurança alimentar do mundo

Agricultora são-tomense regando uma plantação de milho ©FAO/Denilson Costa

15/10/2018

15 de Outubro de 2018, São Tomé – A contribuição das mulheres rurais é uma peça-chave para a segurança alimentar e nutricional das populações e para a erradicação da fome no mundo, lembrou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na segunda-feira (15), Dia Internacional das Mulheres Rurais. Segundo a agência da Organização da Nações Unidas (ONU), para aproveitar esse potencial, o mundo precisa enfrentar as desigualdades de género como um todo e, especialmente, aquelas existentes no setor agrícola com destaque nas comunidades rurais, onde essa contribuição se revela mais eficaz.

Embora não existam em São Tomé e Príncipe dados disponíveis sobre a percentagem da produção de alimentos fruto do esforço das mullheres rurais, a sua contribuição na produção agrícola é subejamente conhecida, ainda que não suficientemente reconhecida. Na maioria dos casos, as mulheres rurais trabalham tanto no campo como em casa, cerca de 12 horas semanais de trabalho a mais do que os homens. Ainda assim, a grande maioria não é detentora do título de propriedade dessas terras adquiridas por arrendamento.

Lucros obtidos do trabalho árduo por elas executado, são muitas das vezes reinvestidos na educação e no bem-estar da família. “Já a 20 anos que tenho esse campo comigo. É aqui que tenho mantido o sustento dos meus filhos orfãos de pai”,afirmou Guilhermina Mota, agricultora. Além da justiça social, o empoderamento feminino pode representar um aumento de 30% na produção agrícola e garantir a segurança alimentar do planeta, destaca a FAO.

A agência lembra que também é preciso lutar pela melhor representação das mulheres nos mecanismos de governança e nos processos de tomada de decisão. É preciso aprimorar o seu acesso à terra, aos recursos financeiros e aos programas de proteção social, criando oportunidades de mudanças reais.

As evidências mostram que quando as mulheres podem agir de forma autónoma, os recursos naturais são melhor administrados, as terras cultivadas são mais produtivas, a nutrição é melhorada e os meios de subsistência são mais seguros, apontou a FAO.

A FAO reconhece a importância da igualdade de género e do empoderamento das mulheres rurais. A igualdade de género é uma das pautas prioritárias para a Organização. Quando as mulheres têm o poder de decidir, toda a sociedade beneficia, afirmou a agência no dia consagrado as mulheres rurais.