FAO em São Tomé e Príncipe

“É possível obter maior rendimento com a comercialização do pescado e seus derivados se as aprendizagens forem colocadas em prática”

Comercialização de pescado em São Tomé © FAO/ Denilson Costa

10/07/2019

10 de Julho de 2019, São Tomé – Quem o diz é técnico da Direção das Pescas e coordenador nacional do projeto “melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos no mercado em São Tomé”, Augusto Ferreira. O citado projeto levou às palaiês e pescadores de São Tomé e Príncipe diversas formações e benefícios palpáveis, sem mencionar os materiais colocados à disposição dos mesmos para melhor tratar e comercializar o pescado.

Segundo Augusto Ferreira, “a implementação deste projeto trouxe melhorias nas cadeias de valor de transformação e comercialização de frutos do mar em São Tomé e Príncipe e tornou-as mais seguras, eficazes e sustentáveis. Um feito adquirido graças às sucessivas formações alicerçadas dentro do projeto com impactos diretos na vida dos beneficiários”.

“Hoje, tanto em São Tomé, bem como a Região Autónoma do Príncipe, nós temos pescadores e palaiês mais responsáveis e conscientes, devido a terem recebido diversas formações relacionadas com as boas práticas de conservação do pescado, o que lhes permitiu melhorar os rendimentos e reduzir as perdas pós captura. Como exemplo disso, hoje já verificamos um maior número de palaiês recorrendo ao uso do gelo para conservação do pescado. Palaiês que já sabem fazer uma melhor gestão do seu negócio, e tudo isso só foi possível graças ao financiamento e assistência técnica que a FAO colocou à disposição do país para este fim”,  explicou Augusto Ferreira.

É do conhecimento geral que o sector das pescas é de importância vital para o crescimento económico de São Tomé e Príncipe, nomeadamente no que se refere à criação de emprego e à garantia da segurança alimentar e nutricional da população. Neste sentido, o país é geograficamente privilegiado, uma vez que possui uma área marítima 140 vezes maior que a área terreste, associando a isso uma riqueza imensurável em termos recursos haliêuticos.

Segundo Augusto Ferreira, o setor pesqueiro faz parte desta riqueza e constitui uma oportunidade para o desenvolvimento nacional a valorizar: “embora as dificuldades típicas que os pequenos Estados insulares enfretam, que afetam a sua capacidade de lidar com choques e atingir um orçamento de Estado equilibrado, em São Tomé é possível obter maior rendimento com a comercialização do pescado e seus derivados e desenvolvermos economicamente o país num curto espaço de tempo”.

Concluindo, o coordenador nacional do projeto deixou um apelo à aposta no setor pesqueiro e no turismo: “No âmbito deste projeto foram feitas deslocações aos quatro cantos de São Tomé, incluindo a Região Autónoma do Príncipe, tudo isto com vista a melhorar a situação dos pescadores e palaiês. Foi também promovido o intercâmbio com outros países e sinto que conseguimos dar resposta às necessidades que culminaram com a implementação deste projeto. Contudo, precisamos acreditar mais, apostar mais, precisamos trabalhar na implementação dos planos ambiciosos que nos colocarão na rota de um desenvolvimento, que acredito que passe por uma aposta séria no sector pesqueiro e também do turismo”.