FAO em São Tomé e Príncipe

FAO financia construção de fornos destinados à melhoria da qualidade e higiene de defumação de peixe

Fornos de defumagem de peixe construídos em Messias Alves © FAO/Ody Mpouo

05/03/2020

05 de março de 2020, São Tomé – A pedido do Governo de São Tomé e Príncipe, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) tem vindo a prestar assistência técnica e financeira para a implementação e execução do projeto de cooperação técnica de “Apoio à Melhoria da Comercialização de Produtos haliêuticos em São Tomé e Príncipe (STP)”.

O projeto tem sido executado em parceria com a ONG MARAPA, e tem como objetivo principal aumentar de maneira sustentável o valor agregado criado em todos os setores pesqueiros nacionais, por meio de técnicas apropriadas para a conservação e de valorização das capturas que integrarão o aumento do desempenho econémico, segurança alimentar, sustentabilidade e proteção social dos atores envolvidos.

Este objetivo está alinhado com as prioridades definidas no Programa de Desenvolvimento Sustentável da Pesca e Promoção da Aquicultura do PNIASAN de São Tomé e Príncipe, adotado para o período 2016-2020, em particular o sob o Programa referente à melhoria da comercialização de produtos da pesca através do fortalecimento da infraestrutura e das capacidades humanas e institucionais e da disseminação de inovações.

Para a solução desse problema, a FAO/STP financiou a construção de fornos de fumagem visando melhorar o sistema de transformação do pescado para defumação, garantindo maior segurança sanitária, qualidade e maior rapidez. Isto significou uma garantia de um produto final em condições para os consumidores e uma melhoria na qualidade do pescado no mercado santomense, reduzindo assim as perdas pós captura, uma vez que tradicionalmente o processo de defumagem do pescado era feito a céu aberto, o peixe era grelhado ao invés de defumado e muitas vezes o peixe saia com o cheiro de fumo.

Isso possibilitará que as transformadoras e vendedoras de peixe não sofram com o fumo, calor e tenham mais segurança durante o processo de defumação, possibilitando assim um aumento da oferta do peixe ao mercado local, supermercados e hotéis, o que proporcionará um aumento exponencial das receitas das vendedoras de peixe em relação aos tempos da defumagem tradicional.

Os fornos introduzidos pelo projeto permitem que a defumagem seja feita a quente e a frio e foram testados positivamente mostrando-se bastante vantajosos. Pretende-se futuramente introduzi-los em outras comunidades onde haja a tradição da defumagem do pescado.

Neste momento, a ONG MARAPA tem ministrado formações no âmbito do manuseamento de peixe para as pessoas e comunidades que virão a beneficiar desses fornos, de forma que sejam elas a fazerem a gestão dos mesmos. Os mesmos têm tido bastante aceitabilidade por parte das palaiês (vendedoras e transformadoras de pescado), que mostraram bastante empenho na sua utilização, visto que já não sofrerão com o fumo, calor e terão mais segurança durante todo o processo de defumação.

Na sequência dessas formações realizadas, foi organizada uma mini feira de degustação onde objetivo era recolher o feed back dos consumidores sobre a qualidade do pescado defumado nos fornos do projeto de forma a melhorar os pontos fracos do processo. As opiniões emitidas foram positivas. A feira contou com a presença das vendedoras de peixe, pescadores e algumas entidades.

Segundo o Diretor da MARAPA, Jorge Carvalho, a FAO enquanto Organização responsável pela nutrição e segurança alimentar no mundo, tem tido um papel preponderante na introdução deste forno em São Tomé e Príncipe que visa melhorar o sistema de conservação de pescado salgado, seco, defumado e fresco.