FAO em São Tomé e Príncipe

A problemática da desflorestação em São Tomé e Príncipe

Exemplo de desflorestamento em STP © FAO/Ody Mpouo

26/03/2020

26 de março de 2020, São Tomé – Uma das principais ameaças globais à sobrevivência da biodiversidade, à vida das comunidades e uma das principais causas das alterações climáticas a nível mundial, causando o desequilíbrio dos ecossistemas é a desflorestação.

Desflorestação é a conversão a longo prazo ou permanente da floresta em outros usos, como agricultura, pastagem, bacias hidrográficas, infraestrutura e áreas urbanas. O termo desflorestamento não se aplica a áreas onde as árvores foram tomadas como resultado de colheita ou exploração e onde a floresta se deve regenerar (naturalmente ou adotando medidas silviculturais), mas aplica-se a situações nas quais a exploração é seguida por uma conversão da área de floresta explorada em outras atribuições.

Florestas e árvores apoiam a agricultura sustentável, elas estabilizam os solos e o clima, regulam o fluxo da água, dão sombra e abrigo, e fornecem um habitat para os polinizadores e os predadores naturais de pragas agrícolas. Elas também contribuem para a segurança alimentar de centenas de milhões de pessoas, para as quais são importantes fontes de alimento, energia e renda. No entanto, a agricultura continua sendo o principal motor do desmatamento a nível global, e as políticas agrícolas, florestais e fundiárias estão frequentemente em desacordo.

No âmbito das comemorações do Dia Mundial das Florestas, o Diretor das Florestas e Biodiversidade (DFB) de São Tomé e Príncipe (STP), falou sobre a estado atual das florestas no arquipélago, abordando a temática da desflorestação e sublinhou o papel que a FAO tem desempenhado na preservação e conservação das Florestas no país.

João D’Alva disse que a situação das florestas em STP é delicada, visto que uma série de fatores têm colocado alguma pressão sobre elas. Dentre os fatores, está o crescimento demográfico, o fato de uma grande parte da população construir as suas casas à base de madeira, utilizar o combustível proveniente da madeira (a lenha e o carvão) e a contribuir para a abertura de áreas destinadas à introdução de culturas alimentares.

Em consequência destes fatores, verifica-se que há uma degradação acentuada e uma redução da área da floresta primária.

A desflorestação é um problema real em STP e ultrapassa a capacidade da DFB, chegando mesmo à escala global, e as consequências desse flagelo no país têm sido extremamente negativas, uma vez que têm influenciado no aumento da temperatura do ar.

O combate à desflorestação passa pela sensibilização das pessoas no sentido de fazerem a exploração sustentável e buscar alternativas à madeira. Embora existam no país, leis que protegem a floresta onde a sua aplicabilidade tem sido limitada, acrescentou João D’Alva.

João D’Alva falou no papel relevante desempenhado pela FAO/STP, sublinhando a importância dos projetos apoiados pela mesma na preservação e conservação das florestas e biodiversidades em STP como é o caso do projeto “Restauração da Paisagem para a Funcionalidade do Ecossistema e Mitigação das Mudanças Climáticas em São Tomé e Príncipe” e o projeto de “Apoio ao desenvolvimento de atividades rurais para melhorar a segurança alimentar e nutricional e as cadeias de valor dos PFNL em São Tomé e Príncipe”, e do impacto positivo que os mesmos têm tido no país.