FAO em São Tomé e Príncipe

A gestão da água em São Tomé e Príncipe

Água © FAO/Ody Mpouo

03/04/2020

03 de abril 2020, São Tomé -  Com o mundo precisando de produzir aproximadamente 60% a mais de alimentos até 2050 para atender à demanda da população e garantir a segurança alimentar global, não se pode ignorar o papel da água nesse processo, uma vez que sem água não há agricultura, e sem agricultura, não há produção alimentar.

Atualmente a escassez de água atinge 40% da população global, e tendo em conta o aquecimento global, onde para cada aumento de um grau na temperatura global, implica mais 500 milhões de pessoas enfrentando escassez de água.

A FAO tem trabalhado para promover abordagens coerentes ao gerenciamento sustentável da água, e tentando confrontar essas situações, tem procurado soluções criativas e passou a explorar o uso da água não convencional para cultivo de mais alimentos através de diferentes processos, entre eles, a dessalinização, a captação da água da chuva, o reúso da água, a semeaduras de nuvens e a colheita de nevoeiro. Se mais comida significa mais água para cultivá-la, portanto, cada gota conta.

No caso de São Tomé e Príncipe (STP), o Governo da República através do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, beneficiou de um fundo com a Cooperação Técnica da Nigéria, para desenvolver a Estratégia Nacional de Irrigação (SNI). A empresa selecionada para esse fim desenvolveu a estratégia cuja implementação será durante o período de catorze anos e deverá ser realizada em três etapas - curto, médio e a longo prazo.

Para realizar as atividades previstas na estratégia, a assistência técnica da FAO foi solicitada mediante um pedido do Ministro responsável pela Agricultura. Em resposta a esta solicitação, uma nota conceitual foi elaborada sob o "Projeto de Modernização da Irrigação para Combater a Pobreza e a Insegurança Alimentar e Nutricional em São Tomé e Príncipe".

Durante a missão realizada em São Tomé e Príncipe pela equipe da seção Terra e Água do Escritório Sub-regional da FAO para a África Central, um encontro de consulta foi tido com o Ministério da Agricultura e as partes interessadas e envolvidas, a fim de revisar e finalizar a redação da nota conceitual. Durante esta sessão de trabalho, foram levantados vários pontos-sombra que poderiam ter um impacto negativo no projeto futuro.

Para prosseguir com este projeto, os locais de intervenção foram indicados pelo Ministério da Agricultura de São Tomé e Príncipe, e o financiamento fornecido pelo PRIASA está disponível. Agora é necessário realizar estudos complementares específicos sobre a viabilidade técnica, econômica e ambiental.