FAO em São Tomé e Príncipe

Estudo do sector dos produtos do mar em São Tomé e Príncipe: Continuação da apresentação dos Resultados do estudo

© FAO/Maribel Djole

28/04/2020

28 de abril de 2020, São Tomé – Segundo o director-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, Qu Dongyu, é necessária uma nova visão sobre a temática da pesca no mundo para o século 21, uma vez que esta enfrenta um período decisivo.

Portanto, há uma necessidade de se analisar o sector pesqueiro em termos de condições globais e regionais da área e explorar, e formas de tornar os seus recursos mais sustentáveis.

Em São Tomé e Príncipe (STP)  este sector é de capital importância na economia do país, sendo composto por três segmentos, e no decorrer do estudo que foi realizado no quadro do apoio do Programa de Cooperação Técnica da FAO – Melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos em STP, estes segmentos foram analisados.

O segmento captura, que é o primeiro, agrupa os agentes implicados na exploração dos recursos haliêuticos (pesca nacional e pesca estrangeira).

A pesca nacional tem uma componente artesanal e uma componente que se pode dizer, semi-industrial. A captura da pesca nacional é destinada exclusivamente ao mercado interno. No entanto, expedições de peixe para o estrangeiro foram posicionadas mas não são contabilizadas oficialmente como exportações. São consideradas como auto-consumo das pessoas que deslocam-se ao estrangeiro e as quantidades toleradas por viajante são de aproximadamente 20 à 30 kg.

A pesca estrangeira opera no âmbito do acordo de parceria de pesca com a União Europeia. As suas capturas não são desembarcadas no solo nacional.

O segundo segmento é o comércio, e uma vez desembarcado, o peixe é encaminhado e comercializado para quatro destinos principais:

Os mercados, urbanos e rurais; os hotéis; as estruturas públicas (forças armadas, hospitais); os programas PNASE.

Os agentes que intervêm na comercialização de pescado fresco, são as palaiês  (mulheres que comercializam e transformam o pescado) maioritariamente. A maior parte das palaiês escoa directamente os seus produtos junto dos consumidores finais. Contudo, existem palaiês “grossistas” que compram os seus produtos junto as outras palaiês para revendê-los mercado de São Tomé.

Os outros actores da comercialização do peixe fresco são:

 - Os homens que fazem compras de peixe por grosso junto dos pescadores e das palaiês para fornecer aos hotéis, quatro operadores deste tipo foram identificados em São Tomé;

- As associações de pescadores e de palaiês que comercializam os produtos dos seus membros para o PNASE.

E temos o segmento transformação que é o terceiro, onde as palaiês efectuam a transformação dos produtos da pesca. Em certos locais, na ilha do Principe nomeadamente, os pescadores transformam o produto da sua pesca e comercializam-no directamente em São Tomé.

Portanto em 2015,  a captura da pesca em STP destinada aos mercados nacionais e estrangeiros foi avaliada em 23.147,3 toneladas, dentre as quais 11.147,3 provêm da pesca nacional e 12.000 toneladas provêm da pesca estrangeira. A captura da pesca estrangeira é vendida totalmente no mercado estrangeiro. A captura destinada aos mercados nacionais foi considerada deduzindo a tonelagem anual desembarcada , o auto-consumo.

Uma sondagem junto dos actores da pesca artesanal da pesca semi-industrial, permitiu estimar o auto-consumo para a pesca artesanal e a pesca semi-industrial em 3% e 5% respectivamente. O principal destino da captura nacional é a comercialização da fileira de peixe fresco (73,1%). A outra utilização importante da captura é a transformação em peixe salgado e seco.

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