Estudo do sector dos produtos do mar em São Tomé e Príncipe: Identificação e Caracterização dos Agentes
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05/05/2020
05 de maio de 2020, São Tomé – A captura de recursos pesqueiros é muito diversificada e depende de decisões e práticas de gestão responsável para seu desenvolvimento sustentável. E uma vez que estes recursos têm sido cada vez mais utilizados na alimentação pela população mundial, é necessário o monitoramento constante do estado desses recursos.
Dada a importância do sector da pesca na economia de São Tomé e Príncipe (STP), um estudo foi realizado no quadro do apoio do Programa de Cooperação Técnica da FAO – Melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos em STP.
Na representação gráfica do referido sector durante o estudo, foi possível identificar os seguintes sete agentes, dos quais seis são nacionais e um estrangeiro:
- Agente 1: Pesca Artesanal;
- Agente 2: Pesca Semi-industrial;
- Agente 3: Pesca estrangeira;
-Agente 4: Palaiês;
-Agente 5: Vendedores colectores grossistas;
-Agente 6: Associações de pescadores e de palaiês;
-Agente 7: Comerciante grossistas;
A pesca artesanal assegura o essencial dos desembarques da pesca em São Tomé e Príncipe, e de acordo com os dados do inquérito de 2014, esse tipo de pesca era praticada por 2991 pescadores, onde as mais fortes concentrações se registavam nos distritos de Lembá, com 26% do número de pescadores, e Água Grande, com 24% do número dos pescadores.
Dada a relevância da pesca artesanal, os desembarques totais da pesca nacional, estimaram-se em 11.507,3 toneladas das quais 10.767 toneladas foram da pesca artesanal, correspondendo 94% dos desembarques totais, esses valores, correspondem ao ano de 2015.
Neste tipo de pesca, utiliza-se vários tipos de engenhos, destacando-se as redes e linhas. Os pescadores utilizam também como técnica, a confecção de um pequeno dispositivo de concentração de peixes, feito de um montão de ervas e de pequenos ramos secos para a pesca de voadores (voador panhan).
A frota da pesca artesanal recenseada foi de 2374 barcos , dos quais 528 motorizados e 1846 por vela, correspondendo uma taxa de motorização de 22%. A canoa do tipo monóxilo, representa mais de 80% do parque de canoas. No entanto, a canoa do tipo PRAO, recentemente introduzida é actualmente o objecto de um forte pedido, devido os seus bons rendimentos.
Essa canoa é favorecida pelo Governo local, graças à uma subvenção de 30% sobre o seu preço de aquisição e construção.
A pesca artesanal está numa dinâmica de crescimento extensiva, através do aumento do número de pescadores e canoas e uma forte tendência a motorização.
Na Região Autónoma do Príncipe, os pescadores exercem actividades de transformação e comercializam eles mesmos os produtos transformados o que difere da maior parte dos locais, onde os pescadores se dedicam exclusivamente a exploração dos recursos haliêuticos.
De relembrar que este artigo é baseado num estudo efectuado em 2017 sobre a “Melhoria da comercialização dos produtos haliêuticos em STP”, o referido estudo foi publicado em 2019.