© FAO/Ody Mpouo

29/05/2020

29 de maio de 2020, São Tomé – Dado o contexto da pandemia da Covid-19, muitos países têm optado por garantir a segurança alimentar e nutricional de forma que à falta de alimentos não cause mais perdas que a própria pandemia.

Neste sentido, alguns governos adoptaram políticas agrícolas incentivando as suas populações a se virarem para a agricultura, sobretudo, durante o período de confinamento.

Em São Tomé e Príncipe, foi lançada a campanha de promoção da produção agrícola, denominada “Bámu ximía pá non bê kwá kumé” (Vamos plantar para termos o que comer).

Numa altura em que os preços de alguns produtos hortícolas aumentam no país devido o contexto da Covid-19, o Ministro da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural santomense, admitiu numa entrevista concedida a rádio local, que a pouca quantidade de sementes agrícolas, poderá ser um dos factores que estão na base do elevado preço desses produtos no país.

Neste sentido, a campanha de promoção da produção agrícola visa garantir a disponibilidade de alimentos produzidos localmente em resposta aos efeitos da pandemia de Covid-19.

No lançamento da referida campanha, o Governo apelou a todos os santomenses que regressem a agricultura, e voltem a plantar, preparando-se para o pior, esperando sempre o melhor.

Também nos países da sub-região da África Central, da qual São Tomé e Príncipe faz parte, os primeiros sinais já são visíveis, com um ligeiro aumento nos preços e uma escassez de determinados produtos. Felizmente, certas medidas tomadas pelos governos para regular o transporte de produtos alimentares e sua comercialização conseguiram manter o suprimento básico, disse Hélder Muteia, Coordenador Sub-Regional da FAO para a África Central e Representante para Gabão e  São Tomé e Príncipe.

No caso do Gabão, por exemplo, foi lançado o programa "Família Verde do Gabão". Em resposta à pandemia do COVID-19, que convida as populações neste período de confinamento a ancorar na unidade familiar a importância de retornar à terra para promover boas práticas de produção agrícola, alimentar e nutricional.

Para que essas campanhas e programas tenham sucesso, é necessário o subministro de um dos elementos essenciais para a subsistência humana, as sementes.

A FAO como agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, desempenha um papel de liderança na promoção da conservação e uso sustentável dos recursos fitogenéticos vegetais para alimentação e agricultura, por meio de suas actividades de assistência política, suporte técnico e conscientização.

E no caso de São Tomé e Príncipe, a FAO já prometeu apoiar a campanha lançada de forma que a mesma seja um sucesso.

E a médio e longo prazo, será lançada a produção de sementes a nível local que garantize a maior disponibilidade dos alimentos e ajudem a melhorar a autonomia alimentar, no sentido de garantir a continuidade da produção local agrícola.