27/01/2021

Hoje, os principais líderes mundiais da comunidade científica, indústria e governos se juntaram aos esforços das Nações Unidas na luta contra a resistência antimicrobiana, comparada pelo Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu como uma pandemia de propagação lenta.

O Grupo Diretor de Saúde Global One World One sobre Resistência Antimicrobiana, co-presidido pela Sra. Mia Amor Mottley, Primeira-Ministra dos Barbados, e Sra. Sheikh Hasina, Primeira-Ministra do Bangladesh, realizou sua primeira reunião, na qual participaram cerca de vinte ministros, cientistas renomados e chefes de fundações e empresas de todo o mundo.

Criado em novembro de 2020 pela FAO, Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Grupo, do qual passa a participar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUE), tem como objetivo chamar a atenção global para a lutar contra a resistência antimicrobiana e catalisar os esforços de todos os setores nesta área, bem como assegurar a disponibilidade de medicamentos de grande importância no futuro.

"Acreditamos fortemente que este grupo desempenhará um papel de liderança no avanço da luta contra a resistência antimicrobiana, fomentando uma dinámica política, reunindo o público para esta causa e mobilizando recursos em todos os níveis", disse o Sr. Qu Dongyu, Diretor-Geral da FAO, na abertura da reunião.

Ele então sublinhou que covid-19 havia destacado a interdependência dos sistemas agroalimentares e sistemas de saúde em todos os níveis e que esta descoberta era muito relevante em vista da gestão da resistência antimicrobiana, que ele comparou como uma "pandemia de propagação lenta" a que ele chamou de “ameaça séria”.

Os medicamentos antimicrobianos são essenciais no tratamento de doenças e seu uso é essencial para proteger a saúde humana e animal. No entanto, o uso indevido e a má gestão de antimicrobianos são questões importantes que representam um risco para o surgimento e disseminação de microrganismos resistentes aos antimicrobianos.

Embora admitindo que pode parecer difícil chamar a atenção para a resistência antimicrobiana em meio à pandemia covid-19, o chefe da FAO disse que a situação abre possibilidades à medida que o mundo desperta para a fragilidade de nossos sistemas de saúde e a necessidade de coletivamente responder a ameaças a esses sistemas.

"Não há tempo a perder. Vamos unir forças e trabalhar juntos! Todos por uma saúde, uma saúde por todos! ”Ele implorou.

Ele também destacou que a luta contra a resistência antimicrobiana é importante para a FAO, que, por meio de seu apoio a seus Membros, visa quatro melhorias (na produção, nutrição, meio ambiente e condições de vida).

O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sinalizou que o mundo não pode suportar outra crise global e exortou os líderes políticos, o setor privado e a sociedade civil a trabalharem juntos nos fatores de resistência antimicrobiana e a adotarem uma abordagem coordenada para aumentar o investimento em One World One Health quando implementação de planos de ação nacionais, bem como em pesquisa e desenvolvimento.

A Diretora Geral da OIE, Sra. Monique Eloit, disse que a experiência do Grupo poderia ajudar a promover o uso prudente e responsável de antimicrobianos e a supervisão profissional de seu uso em todos os setores. Ela observou que a luta contra a resistência antimicrobiana era um excelente exemplo da aplicação prática da abordagem multissetorial “Um Mundo, Uma Saúde” nos níveis global e nacional.

Os Co-Presidentes do Grupo, Sra. Mia Mottley, Primeira-Ministra dos Barbados, e Sra. Sheikh Hasina, Primeira-Ministra do Bangladesh, abriram a reunião.

A Sra. Mia Mottley, que também estava encarregada de moderar a reunião, disse que a resistência antimicrobiana é um perigo presente e manifesto para as pessoas, animais, plantas e meio ambiente e que as coisas precisam mudar para trazer mudanças profundas na luta contra resistência antimicrobiana. A Sra. Sheikh Hasina, por sua vez, advertiu que a resistência aos antimicrobianos poderia prejudicar todos os avanços consideráveis ​​da medicina moderna.

A Diretora Executiva do PNUMA, Sra. Inger Andersen, disse que sua organização está feliz em aderir a esta parceria e disse que o ambiente natural não pode ser ignorado quando se trata da resistência aos antimicrobianos porque o meio ambiente é essencial para resolver este problema.

Versão portuguesa da notícia original presente no seguinte link: http://www.fao.org/africa/news/detail-news/fr/c/1371625/